quarta-feira, maio 28, 2008

A sombra


Buscando um lugar na sombra
Na sombra do outro
Não se contenta com sua luz
Dos corpos nus
quando sombra
quando assombram
fantasmas escuros
A sombra duplica, a sombra garante
A leveza ou o peso
Não releva a tal da sombra
Acompanha o fracasso
e a façanha
A sombra é parceira
Ou dá rasteira
Cuidado com seus passos
Serão sempre seguidos
Bem pior que big brother

Inspirado nesta foto de Manuel Arenas

2 comentários:

  1. Anônimo10:16 PM

    Olá,

    Passei para conhecer seu interessante espaço e gostei muito. Voltarei outras vezes.

    Desejo umm lido final de semana e muita paz.

    Smack!

    Edimar Suely
    jesusminharocha.blig.ig.com.br

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  2. SOMBRA DE BAUDELAIRE


    a sombra
    me
    assombra

    quando a assombração
    é Baudelaire
    comendo as nuvens sangrentas
    da imprevisão


    vampiro que pira
    na assembléia de Dionísio
    cafungada de flores doentias
    sapato torto com devaneios vulcânicos

    a sombra
    me
    assombra


    porra escrotal
    que é nuvem embevecida de estilhaços
    da dissidência

    a rima é golpe
    a palavra bomba atômica
    no branco do papel
    loucura sem remédio

    a sombra
    me
    assombra


    Baudelaire morde pescoços incautos
    enraba a estupidez dos covardes
    e dá vida ao mijo da madrugada
    perdida na esquina.

    Cássio Amaral.

    03/10/07


    Bom poema Fred, o fim é uma crítica inteligente.

    E a cerveja, quando vamos tomar umas?

    Abração.

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