domingo, outubro 30, 2011

Das comunidades virtuais ás redes sociais:começo,meio e fim?

Das comunidades virtuais às redes sociais: começo, meio e fim?


Quando comecei a empreender em marketing digital em 1999, as “redes sociais” eram chamadas de “comunidades virtuais”. Não que elas tenham deixado ser comunidades, mas o mercado adotou o termo “redes sociais”. E num tempo em que se não puxarmos na memória só aparecem Facebook, Twitter e algumas outras redes sociais, vamos relembrar como funcionava este mercado voltando no tempo. Para começar, utilizei o Wayback Machine (www.wayback.archive.org ) para voltar 14 anos atrás e ir ao Six Degrees (www.sixdegrees.com ). Era muito diferente do Facebook? Não exatamente. Nasceu na época errada, apesar de ter rendido 125 milhões de dólares ao seu fundador Andrew Weinreich, ao ser vendido no ano 2000, para continuar aberto por apenas mais um ano. Se o Six Degrees não continuou sua saga de sucesso, o fundador Weinreich voltou a apostar na web e conseguiu vender outros sites. Tem o “feeling”do que vai dar certo, além da reputação de empreendedor serial das “redes sociais” ajudá-lo abrindo portas.

O Six Degrees existiu por 4 anos, chegou a ter 3,5 milhões de usuários mas sem alguns milhares de pequenos detalhes que fazem do site do Mark o sucesso que é para 800 milhões de pessoas até agora. Se você tentar acessar o Six Degrees hoje, verá que existem ainda alguns empreendedores querendo o relançar, mas quais são exatamente os planos que têm para o site, ninguém sabe.

Aqui no Brasil, ajudei a lançar em 2000 o eClube ( www.eclube.com.br , na época). No site, você criava clubes com sala de chat e fórum próprios, além de um serviço de encontros que funcionava não somente para os românticos, mas para os esportistas em busca de parceiros para partidas de tênis por exemplo. Além de outros tipos de encontros curiosos. Recebeu também seu investimento de uma incubadora, mas assim como tantos outros, era muito cedo para que as empresas compreendessem o tamanho da importância de se investir em uma presença nas “comunidades virtuais”. Não se acreditava que as grandes empresas teriam interesse em criar um “clube” de fãs com vontade de compartilhar mais informações sobre a marca.

Hoje a discussão no Brasil é se o Google+ irá engolir o Orkut. Lá fora, essa discussão não existe. Considera-se que o Orkut tenha sido “morto”pelo Google logo depois de seu lançamento (vide esta reportagem no http://bit.ly/w3w7ZX ).

Não existe a mínima aposta em uma sobrevivência do Orkut, e nisso o brasileiro pode começar a acreditar, vide o investimento bem maior em marketing por aqui, que na solução de bugs do site. Esta não é uma medida que garante qualquer futuro de um site social.

Muitos apostam que existe um ciclo de começo, meio e fim para as redes sociais, vide tantos exemplos como os citados aqui. Eu não consigo ver assim. Tendo a enxergar mais pelo lado das marcas. Microsoft, Apple, Amazon, Google e agora Facebook são marcas deste universo digital que conseguiram unir inovação a um encantamento forte do usuário por elas. Isto resultou em faturamentos enormes e crescentes. Ninguém pode garantir a eterna sobrevivência destas marcas, incluindo agora o sucesso da rede social Facebook. Mas o faturamento acima dos 4 bilhões, aliado à diversificação das fontes de receita do site para além da publicidade, mostram que uma aposta na longevidade da empresa não tem nada de anormal. Para o Facebook, o fim não parece ser o caminho. Está mais para a rede social que irá romper este ciclo e atravessar gerações.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Chico Xavier, Miguel Nicolelis e a vida

Dependendo das informações que você possuir até o momento da leitura dos nomes destes dois brasileiros incríveis no título desta crônica, poderá achar que será um texto sobre vida e morte. Prefiro comentar sobre isto no final.

Os números sobre Chico Xavier enquanto vivo eram impressionantes e continuam a crescer. Se em 1980, no momento da campanha para sua candidatura a Prêmio Nobel da Paz os livros psicografados por ele ultrapassavam 8 milhões de exemplares vendidos, hoje este número já passa dos 50 milhões. Nos demais 22 anos de vida, acredita-se que ele escreveu mais 268 livros, para finalizar com 451 livros. Destes livros ele nunca viu a cor do dinheiro. Os direitos autorais ajudaram a fundar e custear mais de dois mil instituições de assistência e caridade. Sem dúvida, foi um ser humano que defendeu a vida, e mudou a de milhões de brasileiros e seres humanos em outros países. Quando perguntado certa vez sobre vidas passadas, enfatizou a importância de vivermos intensamente a vida atual, que devemos nos importar com esta vida e não com o passado. Ganhou o título de “Mineiro do Século XX”, a frente de Pelé, Santos Dumont e Juscelino Kubitschek. Em um momento de sua vida, disse que havia no mundo 20 bilhões de espíritos desencarnados esperando para voltar ao planeta.

Vamos agora a um dos brasileiros vivos mais incríveis a habitar este planeta atualmente: o neurocientista Miguel Nicolelis. Ele se dedica a um projeto chamado “ Walk Again” que tem como grande objetivo fazer os tetraplégicos voltarem a andar. Nicolelis faz parte de um grupo de cientistas no mundo que com suas pesquisas têm desafiado o que nós humanos chamamos hoje de possível. Em seu livro “Muito além do nosso eu”, Nicolelis fala da criação em um breve futuro da “brainet”, uma rede de cérebros que “nos permitiria, literalmente, trocar idéias com milhões de outros cérebros navegantes.” As fronteiras da tecnologia e da neurociência estão com suas barreiras cada vez mais deixadas para longe. De qualquer forma, Nicolelis é um cientista apaixonado pela vida, buscando através da ciência ampliar nossas possibilidades.

Do Nicolelis, passamos ao futurista Ray Kurzweil, que previu nos anos 80 exatamente como seria nossa Internet hoje, e que traduz ao mundo como tem sido o trabalho dos cientistas atualmente, e quais frutos eles ajudarão a trazer no futuro. Kurzweil prevê que em 2 décadas os “nanorrobôs” irão adentrar nosso corpo e realizar as mesmas funções que as células e tecidos fazem hoje.

Tudo caminhando para que a vida ganhe em qualidade, que as doenças sejam mais facilmente dominadas ou até resolvidas antes mesmo de começarem. A ponto do biomédico britânico Aubrey de Grey afirmar que no futuro logo ali, as pessoas conseguirão chegar aos mil anos de idade.

Se é algo completamente impensável para nossa geração, não é para um grupo cada vez maior de cientistas. Com vários de nós passando a viver por mil anos, os atuais 7 bilhões de pessoas poderão se somar aos 20 bilhões de desencarnados que Chico Xavier disse certa vez povoarem os arredores da crosta terrestre. Haja alma! Qual será o limite? Será que ele realmente existe? O ponto que une estas pessoas tão importantes para nossa humanidade continua sendo a busca pela vida vivida em sua plenitude. A morte pode se tornar parte do passado num futuro próximo. Dos cientistas aos espíritas, dos futuristas aos biomédicos, é a vida que comanda o espetáculo.