sexta-feira, dezembro 10, 2010

O fim do jogo de equipe

Queria ter escrito esta coluna quando o campeonato mundial de Fórmula 1 terminou este ano. Mas o tempo passou um pouquinho e eu acabei vendo o documentário sobre o Senna antes de escrever algo. Antes de ver o filme, eu escreveria principalmente sobre a importância do Sebastian Vettel ter ganhado este campeonato por seus méritos próprios, sem jogo de equipe. Depois de ver, quero falar também sobre tecnologia e carros de corrida.

Aproximadamente dois anos antes de sua morte, Senna já demonstrava sua preocupação em ver a tecnologia começando a ficar mais importante que os pilotos. Quando ele morreu, já parecia nítido que havia um piloto chamado “tecnologia”, outro também, outro chamado Senna. Dezesseis anos depois, o assunto principal já não é mais tecnologia. Parece que o circo do automobilismo já se contenta em ver o campeonato dominado por duas ou três equipes no máximo. A discussão fica agora sobre como deixar o campeonato um pouco mais emocionante. Os 25 pontos por vitória ajudaram bastante na retomada da emoção. A segunda e grande discussão: sobre o jogo de equipe, se deve continuar ou não.

A vitória da Red Bull significa muito para esta discussão. Primeiro que o nome da equipe que valorizou o talento humano é este aí mesmo, Red Bull. E não RBR como tenta disseminar Galvão em terras brasilis. O resto do mundo nunca ouviu falar de RBR, só ele mesmo apareceu esta invencionice de “ah, me dá dinheiro diretamente que eu falo o nome completo da equipe”. Santa moeda, Batman! Por sinal, para construir esta matéria, entrei na seção de Fórmula 1 do portal UOL. Lá, a equipe se chama Red Bull, como no resto do mundo.

E aí, ao que interessa de verdade, a discussão sobre “jogo de equipe”. Quem acompanhou as transmissões da Globo deve ter reparado na torcida pelo Mark Webber ganhar o campeonato, por estar mais velho, por ser supostamente sua última chance, dentre outros argumentos. É uma torcida que até faz sentido, mas que esbarra em definitivo diante de 10 pole positions do Vettel, por exemplo. A Red Bull deu uma das maiores lições de esportividade dos últimos tempos, ao não participar deste papo de jogo de equipe, e deixar a competição reinar. Senna já dizia: em automobilismo, ou você entra para ganhar, ou melhor tentar outro esporte. Não faz sentido dedicar-se ao máximo por dez corridas, depois deixar o companheiro de equipe o ultrapassar, pois no momento ele tem mais pontos no campeonato. O Brasil ilustra muito bem isso. Talvez seja historicamente o país que foi mais afetado por esta besteira de aceitar jogo de equipe. Barrichello e Massa, que são dois bons camaradas, bons e ricos seres humanos, deixaram-se levar pelo medo de perderem seus lugares na Ferrari, e aceitaram que Schummy e Alonso continuassem suas sagas de vitórias. Em troca, perderam milhões de pontos de popularidade entre os torcedores brasileiros principalmente, mas do mundo todo também, o que foi o pior. Se você alinhar Piquet, Senna, Schumacher e Alonso em uma fila, verá campeões mundiais,gênios da F1, não é? E se alinhar Prost, Lauda, Massa e Barrichello, pode-se dizer o mesmo? Acho que não...Parece que o Brasil perdeu o bonde da história.Rubens já está encerrando sua carreira, belíssima por sinal,o maior pontuador da história, mesmo sem ter sido campeão mundial. Massa corre o risco de ficar de fora da Ferrari, perdendo seu lugar para Nico Hulkenberg.

Massa é brasileiro. Hulkenberg é alemão. Assim como Vettel, o novo campeão.Assim como Schummy, que aproveitou o desaparecimento de Senna e escreveu seu nome na história. Parece que a Alemanha ocupou o lugar do Brasil no topo do pódio. E sua vizinha, a Áustria, nos trouxe a equipe Red Bull, que decretou o fim (por enquanto) do jogo de equipe na Fórmula 1. Que os pilotos brasileiros aprendam com isso, e voltem a nos dar um banho dominical de alegria, como fazia Aírton. Que o Felipe seja “da massa”. E que a emoção reine, independente da bandeira. Quadriculada ou verde amarela.

Frase idosa

Não tenha dó de qualquer cara enrugada. O velho pode ser um filho da puta que envelheceu.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Poema-texto andando pelas ruas de Araxá

Não há no poema um problema que não possa ser amenizado. Não há na poesia uma heresia que não possa ser aceita e transformada em vinho. Quando eu vinha descendo as ruas levando-me aos pontos mais finais de nossa cidade, era possível reconhecer a mistura entre o carbônico e o atônito silêncio da vegetação ainda intacta. Uma foto e tanto, com o céu em prantos a molhar a camiseta do atleta esporádico das quatro da tarde. O destino do olhar direito muitas vezes coincidindo com o destino do outro lado: pessoas talvez conhecidas. Elas nos fazem erguer as mãos em forma de aceno cauteloso, como forma de garantia. Na próxima fatia de relacionamento social, ficaria mau o episódio anterior não contendo um aceno. Assim, fica mais ameno. Mesmo que na social pausa da caminhada, o passante não seja reconhecido, menos doloridos ficam os próximos capítulos. Hey, você me viu ontem, você é um rei. Um príncipe da rua da banha. Eu sou um condutor de carro em curtas distâncias, pois não acho as instâncias pra melhorar a saúde, buscar a endorfina ou prestigiar a menina. Volto às ruas. Pois, nelas, todas as casas estão nuas. Paradas, não mostram suas roupas das passagens automobilísticas. Mesmo as casas mais paradisíacas, de perto, precisam ter seu charme antes que o desarme. Uma imensidão de mansão de concreto, de perto, reduz seu valor sem calor. Os olhos de quem anda coroa os jardins coloridos, já que o cinza não tem vez, assim tão demorada a observação. O ex-prefeito a pé é gente como a gente, a nova modelo, candidata a morar fora, empata na tabela de classificação do campeonato de andar nas ruas araxaenses com a espevitada doméstica cativante, pois o perfume da simpatia empatou o jogo.

Imbiarando, fausto-alvimzando, os carros de corrida de brincadeirinha completam os espaços esquecidos dos torcedores de outras épocas. O Ganso sai do seu beco, escondido por alguns meses do ano, alegra a massa, antes e depois dele, vai carrinho, então, preencher com umas muitas pratas por cinco voltas no circuito. As crianças não ganham direito a um passaporte ao passado se a tevê deixa o bumbum assado de tanto se acomodar no sofá. Sai para conhecer Araxá, busca alguns poemas perdidos aí nas ruas. Você é um craque muito antes que lhe ofereçam o crack. Faz a troca, pisoteia a oferta do bandido dando-lhe cento e quarenta e sete poemas. Ele não tem como lhe pagar, vai para o ar e acrescenta um empréstimo e não será o sétimo do dia a perder a luz do dia. Achará ele o ar de Araxá ou não, terá em seu bolso e em sua mão aqueles cento e quarenta e sete poemas. Pode trocar nos ouvidos pro idoso, escutando a aventura que ele murmura de seus anos dourados. Pode comprar um novo curso para sua vida, de enfermagem ou de bobagem, mas um curso com uma meta no final, no meio e no começo. Pode entregar vinte e nove poemas ao seu pai, que não teve como dizer nem um ai, na época em que ele era crackque, com todas estas consoantes no meio como pedras no caminho da gramática. A vida não é tão dramática quanto o cinza testemunhado parado na parede sem verde da mansão antes bonita de dentro de um esvoaçante. Pode parar perto dali, e tomar um açaí por quarenta e um poemas, mais algumas notas do emprego que ganhou direito, depois de ficar rico em poemas.

O milionário excrackqueado aplicou seus poemas na construção de uma boa vista do seu futuro, sempre andando, a pé sem carros. Ficou rico em turistas amigos recentemente conquistados. Com os juros de seus poemas, aplicou na bolsa da mãe muitas cartinhas, com declarações de amor. Deixou o horror de lado, votou certo na outra eleição e, pra terminar, mostrou por oito poemas cada, músicas do Milton Nascimento para seus amigos ainda crackquveados. Fez sua parte, encheu Araxá de lirismo, deixou pra lá o egoísmo e viveu pra sempre com sua alma gêmea. Sem algemas.

quinta-feira, novembro 04, 2010

A Boa Vista do centro


Inspirado pela bela coluna do meu amigo Tancredo Borges Guimarães,cujo currículo e lista de qualidades eu vou resumir em “artista plástico e muito mais” por não caber aqui neste curto espaço, quero, por amor á nossa cidade, entrar no debate sobre a Boa Vista e o centro.

Talvez a maior riqueza que temos ao viajar muito é ter referências de tantos lugares para trazer à nossa terrinha e ajudá-la a crescer.Vamos então ao Velho Mundo. Para poder produzir uma dica de qualidade ao debate, é importante ressaltar que Araxá não faz parte da Europa, a arquitetura das cidades do Brasil não é a mesma de lá, e a história de nossas edificações não conta com mais de 200 anos.Sim, eu sei disso, e ressalto aqui este fato.Por último:não sou um craque da história como o Tancredo e assim transformo esta coluna simplesmente num pitaco. Assim, vamos lá.

Quando você passa muito tempo passeando pelas cidades de um país só, como a Inglaterra, consegue enxergar uma coisa.A arquitetura para eles é uma deusa.A ser preservada. A ser eternizada. Se você alia a isso o interesse comercial das empresas que desejam realizar negócios em sua cidade, tem-se o segredo de como conseguir gerar renda e manter a cidade linda, com sua história intacta. Parece que eles escolhem a dedo:vamos achar determinada rua, bastante ampla nos lados e longa.Vamos fechar este espaço para os carros e pronto.Milhares de pessoas aparecem e deixam suas libras depositadas.As ruas têm movimento contínuo. O comércio tem a ousadia de fechar suas portas ás 17:00, mas mesmo assim, o movimento continua nos pubs, cinemas, restaurantes, teatros, enfim, ferve.

O projeto de revitalização arquitetônica do Gustavo Penna, de primeira vista, contempla isso.Quando fixamos nossos olhos nele e imaginamos uma das cidades inglesas e seus modelos bem-sucedidos onde carros não passam pelas ruas, acredito que temos o modelo perfeito.

A Avenida Antonio Carlos e a Boa Vista não deveriam ter espaços para carros transitarem. Eu falo nisso pensando exatamente no público mais importante desta equação:os lojistas.Sem eles, teríamos um centro fantasma.Um país como a Inglaterra, que nos trouxe a Revolução Industrial, certamente gosta de dinheiro, de lucro.Um amigo meu que mora em Londres sempre diz: “o inglês não deixa passar a chance de ganhar dinheiro em nada.Tendo uma chance de lucro, ele aproveita.”

Escrevo estas linhas pensando em você lojista, e cito seu nome mais de uma vez aqui, pois se isto fosse uma eleição, seu voto seria o fator decisivo na campanha. Tenha certeza de que a logística não esquecerá de vocês.Tenha certeza de que públicos de todos os bairros de nossa cidade e de todo o mundo, virão prestigiar e deixar seus reais aqui. A vontade turística de nossa cidade certamente é a maior da região. Um centro revitalizado, como propõe este projeto, trará muitos lucros para nossa terrinha, não tenham dúvida.E esse projeto Jardim das Esculturas, hein? Que idéia fantástica.Toda cidade conhecedora do que consegue atrair um turista sabe que pontes maravilhosas, esculturas gigantes ( de nióbio então, melhor ainda)e obras de artistas renomados garantem um espaço sagrado nos guias turísticos e na agenda dos turistas.

Garantindo que a Antônio Carlos e a Olegário Maciel sejam espaços exclusivos para turistas, sem espaços para carros (ou espaços mínimos), teremos algo que nenhuma cidade da região tem: um super espaço ao ar livre, em plena região central, para os turistas gastarem horas e horas.Uma opção muito mais bonita que um Shopping Center e que garantirá público para os dois conviverem em harmonia, quando este tipo de negócio conseguir achar espaço ( e seu tempo certo) na cidade para ser iniciado.

quinta-feira, outubro 28, 2010

LP solitário procura


A família do Ju Metal estava se mudando para uma nova casa, na Riviera do Lago.O centro de Araxá estava insuportável para o seu pai. Quarenta e dois carros passando em sua rua a cada dez minutos, este foi o último registro antes da explosão de nervos paterna que havia causado a mudança de casa. Cada integrante da família recebeu uma tarefa a fazer, para que a mudança pudesse se processar em apenas um dia. Como Ju Metal, do alto de seus dezenove anos mais seis meses de faculdade, era muito ligado em música, sua tarefa foi juntar tudo que fosse relacionado a música nas caixas de papelão esperando por ele.
Das suas mexidas, surgiram um mini teclado branco da Casio, uma flauta quebrada, cinco radinhos de pilha nos mais diferentes estados de conservação, fruto da paixão de toda a família pelo futebol. Sua irmã mais velha, Lucinha, viu Ju Metal começando a querer pegar sua coleção de posters do Menudo, New Kids on the Block e outros, mas ainda não estava na hora de cortar o cordão umbilical com sua adolescência já meio distante. Esta parte ele deixou para ela encaixotar. Depois de uma gaitinha, alguns DVD´s de shows e um monte de CD´s de todos os tipos, Ju Metal se deparou com uma capa de CD gigante. Com um cara vestido de duende, em um jardim, cercado de duendes mesmo, de verdade, das histórias de ficção. Lá dentro estava o tal, o cd diferentão, como ele nunca havia visto antes na história desta vida dele. Mas não era bem um CD. Era maior. Preto com um buraco no meio. O tal do disco devia ser de um tal de George Harrison, esse era o nome na capa. Foi perguntar ao pai dele o que era aquilo.
Depois de receber uma comovida explicação sobre esta obra-prima musical, que quase foi marcada por lágrimas de seu pai que quase caíram, Ju Metal entendeu o valor da coisa. Um único problema: junto desta informação, também recebeu a informação de que não havia mais em casa uma “vitrola” para tocar este disco. E depois de um breve sentimentalismo, seu pai o deixou sozinho de novo.
Quando Ju Metal me contou esta história para que eu a escrevesse aqui, fez questão de ressaltar este momento como o mais importante. Ele me pediu para que eu colocasse em negrito, em itálico, em “CAPS LOCK”, em todas as cores do arco-íris, que eu entrasse nesta história, mas que não deixasse de destacar o mais importante: que o LP, provavelmente tendo criado vontade própria depois de anos empoeirado e largado, quase carregou Ju Metal pela cidade de Araxá, em busca de uma vitrola para ser tocado.
A primeira parada foi na casa de seu primo Rafa. A família toda muito moderna, cada um com seu toca-MP3 na mão, TV de led no centro do entretenimento da casa (ou “entreterimento”, como diziam erroneamente cinco colegas seus).Sua impressão se confirmou, e o LP até pareceu ficar mais frio em sua mão. A tecnologia engolia os aparelhos antigos no máximo a cada 3 anos. Para não guardarem velharias, deixavam tudo em frente de casa, para algum passante sortudo pegar. Ju Metal agradeceu e junto do LP Solitário, foi para a segunda parada em busca da desejada vitrola.
Chegaram na casa do Digê, amigo das antigas de seu pai. Dono de uma coleção com mais de trinta mil “bolachas”, iguaizinhas ao seu LP Solitário. Depois de uma calorosa recepção e uma prosa introdutória de vinte minutos sobre algumas das histórias dos discos, Digê chegou com uma informação completamente inesperada:sua vitrola estava no conserto desde o ano passado. Uma tristeza na vida do Digê, que alimentava muitas amizades na base da cervejinha e castanha de caju no fim de tarde, mas que sem a presença da vitrola, era como as casas de noveleiras sem televisão.
Depois das despedidas, quase não acreditando no seu infortúnio, Ju Metal foi para o Barreiro dar umas corridas no Lago Norte. Quatro voltas depois, descansando no banco em frente de seu carro e olhando as águas do lago, por um segundo pensou em mandar a bolacha para um passeio. Sentiu uma cutucada nas costas. Era Ed Motta, muito gordo, cansado depois de cem metros de caminhada, da lojinha que vendia doces até o banco onde Ju Metal estava sentado.
Aconchegou-se, abriu sua vitrola ano 2010 cor de verde água e pediu o LP Solitário para Ju Metal.Escutaram o LP por algumas horas, acompanhados de um bom vinho. George Harrison se eternizou ainda mais.

domingo, outubro 24, 2010

Extrato Parlamentar

Na hora de escolher um candidato a presidente, tenho o perfil exato da pessoa que quero para comandar o nosso país. Apesar de ser uma tarefa das mais ingratas ficar no topo do comando de uma teia tão grande de escândalos políticos,as características certas são fundamentais na hora de comandar o nosso país.As nossas vergonhas nacionais políticas não escolhem partido. Nós, eleitores, não escolhemos o futuro dos políticos nos quais votamos.Só escolhemos o passado e o presente. Pois assim, nossos erros na hora de votar precisam esperar mais quatro anos pelo menos para serem “melhorados” por futuros acertos na hora de votar. Muito difícil saber se iremos acertar.
Por isso, eu venho na coluna de hoje tirar o chapéu para meu amigo Rafa Lamardo e o espetacular site que ele criou, chamado Extrato Parlamentar. Sugiro que cada um de nós possa fazer uso desta incrível ferramenta em prol da democracia, como o slogan do site já diz logo no começo. O Extrato Parlamentar serve principalmente para ajudar-nos na escolha do nosso candidato a deputado federal. No meio do caminho, pode ajudar também na escolha de governadores, senadores ou outros cargos, mas o principal é para deputado federal. Funciona da seguinte maneira:você entra no site, escolhe o Estado que deseja pesquisar. Depois você diz se deseja pesquisar por políticos ou por partidos. Em seguida, diz a sua opinião, se a favor ou contra, em relação a 12 projetos já votados no Congresso. Com estas informações, o site te diz qual o seu grau de afinidade com cada um dos parlamentares e suas votações. Obviamente, nem todos os candidatos a deputado federal estão nesta ferramenta, pois nem todos estão tentando a reeleição. Tem os novatos também. Para conhecer os novatos, você precisa de outras soluções. Mas caso você esteja com intenção de votar em alguém que esteja buscando a reeleição, esta ferramenta é uma das idéias mais inteligentes e que mais ajudaram a democracia até hoje. É uma certeza que você tem de votar somente em alguém com quem tenha afinidade.
Vamos a um exemplo prático. Uma das perguntas que você tem que responder é se você é favorável ou contrário ao aumento do número de vereadores nas Câmaras Municipais. Existem apenas duas opções de voto, a favor ou contra.Se tivesse a opção “muito contra”, teria sido esta a minha opção.Pois para a minha surpresa, nenhum,repito, nenhum deputado federal de Minas Gerais votou contra. Do Rio de Janeiro, foram cinco.Considero um número baixo, mesmo assim, mas já é alguma coisa. Você poderia pensar que um estado e suas cidades precisa de mais vereadores que outros. Eu acredito que o número de vereadores já está no limite dos limites.Poderia até ser menos gente lá. Ou até aumentar o número de vereadores, mas cortar pela metade os seus salários. Abro meu e-mail para os candidatos a deputado federal que quiserem comentar a respeito.
Continuei descobrindo o site “Extrato Parlamentar” e descobri que o político, no Brasil todo, com quem tenho mais afinidade, é do PSB, de Pernambuco. Tenho 100% de afinidade com as votações dele no Congresso.Não o conhecia, vou pesquisar mais, apesar de não votar em seu estado. Isso foi uma grande surpresa, mostrando que em política, muitas vezes valem mais as pessoas que os partidos.
Confesso que meu voto não se definirá completamente em razão das minhas descobertas neste belo site. Sei também que apenas 7% da população brasileira de eleitores acompanha a eleição pela Internet. ( dados de 2010) Mas uma certeza eu tenho: muitos votos iriam mudar de destino se todos os brasileiros tivessem acesso a esta ferramenta chamada Extrato Parlamentar.Quem sabe um dia. Democracia, feita a todo o vapor, consiste fortemente em conhecermos a fundo os candidatos em quem desejamos votar. Para isso uma frase muito popular, mas nunca inútil:para realizar algo, é preciso antes de tudo sonhar. Eu sonho com um país melhor, com políticos mais corretos, mesmo com tanta notícia ruim. A notícia boa é o site Extrato Parlamentar. Boa e imparcial.

domingo, outubro 10, 2010

100 atividades para se fazer em Araxá-2009

Caros amigos leitores,

Como muitas pessoas vinham me pedindo pela lista completa das 100 atividades para se fazer em Araxá, por não terem a versão impressa de 2009, publicarei aqui na íntegra, a lista de 2009, e completo com mais 5 atividades "bônus", estas já de 2010.
Espero que aproveitem e deixem seus comentários aqui!

abraços,

Fred


100 atividades para se fazer em Araxá- 2009

A lista de “ 100 atividades para se fazer em Araxá” de 2009 é a primeira da série. É dedicada não somente aos adolescentes entediados, e aos araxaenses ausentes que não voltam nunca, que perguntam “ o que se tem pra fazer lá na roça do Araxá?”
É também dedicada aos araxaenses e turistas em geral, e explicam porque amo tanto esta cidade, ou a parte boa dela, que é para mim imensa. Terei que escolher, pois são bem mais que 100 atividades para se fazer em Araxá. Terei que deixar algumas de fora. Afinal, no ritmo que a cidade cresce, deverá atingir a marca de 100.000 habitantes em 2009 ou 2010. E com tanta gente nova na cidade, certamente vão sempre surgir novas atividades tão interessantes quanto estas.Como é uma lista que se restringe a 100 atividades, a competição para se entrar nela se acirrará a cada ano. A cidade agradece.

Sugestão do autor:

Para quem não mora em Araxá: escolha algumas atividades apenas. Se for passar apenas alguns dias na cidade, não dará tempo de fazer tudo. Assim, volte mais vezes em 2009, até completar a lista. Pois ano que vem a lista se renova!

Para quem mora em Araxá: você terá todo o ano de 2009 para completar as atividades desta lista. Bom proveito, viva sempre Araxá!

1- Comer um sanduíche no Peninha, que tenha frango, bacon e a secreta maionese. São estas três razões que o tornam, a meu ver, o melhor sanduíche do mundo.
2- Fazer uma caminhada em volta da Lagoa do Barreiro, passando sempre rente a ela.
3- Ir ao Horizonte Perdido, assistir a um vôo de parapente, numa das rampas mais bem preparadas do Brasil.
4- Comer um “ torresminho molhado” no Bar do Tonho.
5- Ir ao Girassol como sócio, ou convidado por alguém.
6- Tomar uma tradicional sauna no Clube Araxá.
7- Atualizar-se sobre todas as novidades da cidade no Bar do Betão. Válido somente para adultos masculinos.
8- Levar seus filhos para brincarem na Cebolândia.
9- Sentar num banco da Praça Governador Valadares, e refletir.
10- Ver o Tigrão na rua e tratá-lo com respeito. Uma experiência única.
11- Visitar o Museu da Dona Beja.
12- Conhecer a Casa do Caminho.
13- Testemunhar as réplicas de ossos de dinossauros, lá na Fonte Andrade Júnior.
14- Tentar beber a água sulfurosa da Fonte Andrade Júnior.Faz bem á saúde.
15- Tomar um café da manhã completo no Grande Hotel
16- Caminhar na “ Rua da Banha”, espaço para pedestres da Av. Wilson Borges
17- Comer uma coxinha no Lanches Caseiro.
18- Tomar uma ducha escocesa nas Termas do Grande Hotel
19- Assistir a um jogo do Araxá Esporte Clube, se você não for filho do juiz.
20- Comer uma pizza no Pizzaiolo.
21- Passear na Casa do Pequeno Jardineiro, no meio de tantas árvores.
22- Conhecer o trabalho do Banco de Cadeiras de Rodas, no Rotary Club de Araxá.
23- Passear de carro depois da meia noite, em dia de semana. Cuidado com as esquinas.
24- Comprar uma caixa com 12 bolas de sorvete na promoção, do Moranguinho.
25- Assistir ao processo de produção da Cachaça Magotel, com espaço adequado para turistas.
26- Assistir a uma peça de teatro no Grande Hotel. Sempre tem.
27- Participar do Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Araxá. Muitas atrações gratuitas. Ed Motta já veio. Pepeu Gomes também.
28- Ir ao Spetu´s, onde tem comida top e conversa boa também.
29- Atravessar a Boa Vista, encontrando com todo mundo.
30- Comer uma empada na Cia da Empada, e ter o privilégio de conversar com o mestre do humor, Dudu.
31- Comprar um queijo curado do Mikicha.
32- Comprar um queijo do Guido, na Vereador João Sena.
33- Comprar biscoitos chimanguinhos, de polvilho doce ou azedo, em vários lugares.
34- Tomar uma tigela de açaí na Tribo do Guaraná.Eu peço para misturar com banana.
35- Jogar futebol no campo do Coelhão.
36- Jogar futebol no Planeta Gol.
37- Jogar futebol na casa do Fabiano aos Sábados.
38- Jogar tênis com amigos, e engordar depois com a cervejada e petiscos.
39- Redescobrir sempre, com os assovios de Diou que a profissão de lixeiro é nobre e fundamental.
40- Ir ao Monjolo, apreciando sabores diferentes com a vista do Cristo Redentor.
41- Assistir á programação da TV Sintonia, única emissora 100% local.
42- Assistir a uma apresentação do grupo Batuxá, com crianças tocando percussão, cavaquinho e violão.
43- Comprar uma rosca da Delícias da Vovó.
44- Comprar os biscoitinhos de queijo da Quitandas da Régia.
45- Comprar vários doces da terra, na Doces Joaninha, na Dona Marinês, e em diversos pontos da cidade.
46- Andar de pedalinho na Lagoa do Barreiro.
47- Tentar achar a Dona Beja pela cidade.Surpreenda a todos, e divirta-se com esta pergunta: onde está Dona Beja?
48- Tomar água mineral direto da Fonte Dona Beja, a água mais radioativa do Brasil, e cantar bem alto lá em seu interior. O eco é divino.
49- Tomar um banho de lama nas Termas do Grande Hotel.
50- Visitar as ruínas do Hotel Rádio, onde Santos Dumont se hospedou.
51- Visitar a Biblioteca Municipal Viriato Correia, ler um livro e conhecer seu trabalho completo.
52- Dentro da própria biblioteca, conhecer o novo Espaço Positivo Olavinho Drummond, com quase mil livros de auto-ajuda.
53- Assistir a um show do cantor e compositor Germano Soraggi, que emociona com seu trabalho único.
54- Ler um jornal araxaense e tomar um frappuccino no Café Docê.
55- Comer uma picanha no Delei.
56- Atravessar a rua e comer um feijão a la “ Mocréia”, com cupim ou costela no Costelão.
57- Conversar com um araxaense acima dos 70 anos, e buscar conhecer mais nossa história.
58- “ Sequestrar de mentirinha” sua companheira ou companheiro, e levar para passar um dia hospedado no Grande Hotel.
59- Ir ao cinema no Cine Brasil, para ver um lançamento de preferência nacional.
60- Visitar o Museu Calmon Barreto e conhecer a obra deste ilustre artista araxaense que foi desenhista, pintor, escultor, gravador e escritor.
61- Assistir á decoração natalina da casa de Dona Dora Lemos. Que a tradição continue após sua passagem.
62- Chupar mangas lá na Praça da Mangueira, e pedir para não derrubarem mais árvores.
63- Fazer sua própria fantasia, e participar da Festa da Fantasia, uma das mais tradicionais festas da cidade.
64- Comer um sanduíche no Pólo Norte.
65- Assistir a um show da banda Peixe Piloto, talvez a banda mais antiga e talentosa em atividade em Araxá.
66- Conhecer o Bar do Zé da Égua, e experimentar a Porpeta á Bolognesa.
67- Escutar a um programa de rádio, vídeo, etc, de Marcelinho e Caceba, os melhores do humor em Araxá.
68- Jogar futebol no Buracanã, belo espaço público para a prática deste esporte.
69- Visitar o Museu da Imagem e do Som de Araxá, com um interessante acervo.
70- Tomar um “brunch” na Pão Nosso no Domingão.
71- Jogar xadrez na Academia Araxaense de Xadrez e presenciar o belo trabalho que eles fazem em Araxá.
72- Almoçar na Pousada Dona Beja no Domingo, e nadar em sua piscina.
73- Na época da Exposição, levar seu filho para ver os animais no Parque de Exposições de Araxá.
74- Visitar o Santuário de Nossa Senhora de Fátima e presenciar a sua bela vista da nossa cidade.
75- Voltar ao Horizonte Perdido e experimentar a batata frita empanada, petisco único e delicioso.
76- Andar de “ charrete” no Parque do Barreiro.
77- Dar um pulo “ logo ali” na Serra da Canastra, e banhar-se em uma de suas lindas cachoeiras.
78- Comer uma coxinha com catupiry na Deliciosa.
79- Deleitar-se com as empadas tradicionais da Tia Luzia.
80- Andar de skate, em uma das rampas ou nos altos e baixos que Araxá proporciona.
81- Se você for idoso, bater palmas e participar da Uni Sênior.
82- Bater mais palmas, desta vez para Mariana Rios, que sempre consegue falar de Araxá em seu brilho na TV.
83- Participar ( degustando) de um Velório do Boi, organizado pelo atuante Clube da Cozinha Araxaense.
84- Conhecer o Museu Sacro da Igreja de São Sebastião, esta que foi construída no início do século 19.
85- Ler uma das edições da revista “ Trem da História”, editada pela Fundação Cultural Calmon Barreto, que conta nossa história de forma incrível.
86- Visitar o Túmulo da Filomena, onde muita gente vai buscando por milagres.
87- Comer 5 pães-de-queijo por R$1 em alguns pontos da cidade.
88- Jantar um prato italiano no Hotel Colombo com música em volta.
89- Caminhar pela Estrada Velha do Barreiro, entrando no meio dos eucaliptos. Pegar uma folha e sentir seu cheiro.
90- Comprar um sabonte de lama Nur.
91- Fazer compras de artesanato local da cidade.
92- Comer um mexidão no Rei do Mexido, no fim-de-noite.
93- Visitar a Árvore dos Enforcados
94- Conhecer os belos serviços prestados pelo Núcleo Espírita “ Labor, Fé e Amor”
95- Comer os deliciosos salgadinhos da lanchonete da Rodoviária, a qualquer hora do dia
96- Assistir ao Amadorão, campeonato de futebol amador da cidade, super disputado.
97- Passear no Aeroporto Romeu Zema, a cada dia mais modernizado.
98- Tomar um chopp ao fazer compras, já disponível em muitos supermercados da cidade.
99- Participar de um dos cursos de cinema que o Marco Maneira abre, de tempos em tempos.
100- Ser um araxaense de carteirinha, e divulgar isso onde você estiver

Bônus 2010

101- Comer um peixe ao molho no Chalé Ana Jacinta. É de comer de joelhos. (hours concours)
102- Ir ao Sushi Uai ou ao Fuji, os primeiros restaurantes orientais da cidade.
103- Passear no Lago Norte totalmente modernizado, caminhar, passar pela ponte,etc.
104- Fazer um dos passeios de quadriciclo que a Turcan oferece.
105- Visitar o Serpentário de Araxá, hoje com mais de 500 cobras.


* esta lista foi publicada originalmente nas colunas 100 e 101 do Fred Neumann, no Jornal Interação.

terça-feira, setembro 21, 2010

Futeboladas

Como este é o principal assunto do brasileiro, não posso deixar de, a cada cinco ou seis colunas, falar sobre ele.Afinal, não sou um colunista que fala exclusivamente sobre política, economia e assuntos internacionais. E ultimamente, por causa destes assuntos, fica até parecendo que eu estava com um certo mau humor em relação a tudo.Não é bem assim.A questão é que depende do assunto.Alguns deles nos levam a ter opiniões ácidas.O futebol não é um deles,mesmo quando o assunto futebolístico é polêmico.Futeboladas, eu diria.No Brasil, pelo Neymar.Na Itália, pelo Ibra, ou Ibrahimovic, pra quem não está acostumado com seu apelido.Começarei a coluna pelas futeboladas, provavelmente terminarei com elas também, mas a parte engraçada do futebol é feita disso: de caneladas, isoladas, futeboladas e peladas.
O Santos ganhava tranquilamente e de virada do Atlético Goianiense.Final da partida.Sua maior estrela, contando com a super avançada idade de 18 anos, holofotes do mundo todo voltados a ele, desfila mais uma crise de rebeldia, por entender que “poderiam” querer tirar os holofotes de cima dele.Afinal, “pênalti sou eu quem bato”.Como o “professor” passou este direito ao centroavante, a estrela Neymar, de 18 anos, começou a rebolar mais que dançarina de axé.Foi substituído e literalmente “xilicou”.Se fosse apenas um integrante de uma família brasileira, seria apenas considerado como mais um adolescente acometido dos problemas da transição para a vida adulta.Mas o treinador do time derrotado o chamou de “ um possível futuro monstro”.Seus colegas de time perderam a paciência e vão cobrar uma atitude mais razoável.E por incrível que pareça, nada anormal.Afinal, o que se esperar de um profissional que ganha mais de R$300 mil por mês, só de salários, fora o resto? Tem 18 anos, mas representa muitos interessantes.Tem que ser mais preparado que príncipe de Gales. Enfim, futebolada número 1 da semana.
A número 2 veio lá da Itália.Assisti na íntegra e em italiano á discussão entre o ex-técnico da seleção italiana e atual comentarista, Arrigo Sacchi, e a nova estrela do Milan, o Ibra. Devido ao meu italiano macarrônico, não entendi tudo, mas ter assistido ao vídeo me fez entender mais do que se tivesse apenas lido a matéria que saiu na imprensa brasileira (com pouca variação entre uma e outra).O Ibra me pareceu estar engasgado com o Sacchi devido a um acúmulo de opiniões negativas nos últimos tempos, parecendo a ele uma perseguição do veterano.Assim, pegou a chance que teve como um esfomeado diante de um prato cheio.Foi divertido de assistir.Divertido e incômodo.O Ibra se vingou ao vivo.Pode até comemorar o fato com seu amigo Piqué, do Barça.Futebolada número 2 da semana.
Passo agora ao jogo entre Fluminense e Corinthians. Era um dos jogos mais esperados do campeonato. O Fluminense conseguiu perder uma invencibilidade contra times não cariocas que vinha desde Agosto de 2009.Mas o que me chamou a atenção mesmo foi o belo gol do corinthiano Jucilei.Não se pode realizar um gol destes por pura sorte.Não há como não constatar talento.Quando eu estava longe do Brasil, vi a convocação do Mano Menezes e não entendi a presença dele e a não presença do Elias.Agora começo a entender um pouco mais. Existem coisas que os técnicos profissionais enxergam muito antes de nós, milhões de técnicos amadores.Nem sempre muito depois dos empresários dos jogadores, mas isto é uma outra futebolada (para quem?), digo, uma outra história.
Para finalizar a coluna sobre futeboladas, não desejo a você receber uma futebolada nos testículos. Deviam inventar um escudo super leve para proteger esta parte do corpo masculino.Empreendedores, pensem a respeito.

quarta-feira, julho 07, 2010

O ar está mais limpo

O ar está mais limpo. Os fumantes não podem mais acender seus cigarros dentro de bares. O ar está mais sujo. As indústrias continuam usando o tempo como se fosse uma vitória pra prolongar seus tempos como poluidoras. Não precisa disso. É possível poluir menos, mais rápido. Eu quero um carro elétrico. Eu quero um carro movido a Sol. Mas que seja competitivo. Não quero ser conhecido como o senhor tartaruga. Não quero ser conhecido como o senhor idealista. Um bom ideal precisa ser como arroz e feijão. Um bom ideal precisa ser para os mineiros como um bom torresminho ou sua música sertaneja. Algo fácil de se ter, de se adotar no dia a dia. E não te gera um colesterol mais alto. Não te gera uma cultura bitolada.

O ar está mais limpo. Não tenho que suportar mais garganta cortando no meio de um show, porque alguém tragou. Não preciso mais dizer que minha roupa estragou. Não preciso, pois nem precisarei comandar minha roupa direto ao tanque, cheia de fumaça. Nunca entendi o motivo primeiro de um sujeito ao levar um cigarro na boca. Até que antigamente era mais compreensível, pois anúncios publicitários recheados de médicos sugerindo o uso de cigarros era praxe. O ar está mais sujo. É preciso sair de um ambiente em algumas vezes, pois o ambiente se suja de pessoas ocupando seus tempos falando mal de outras. Falta aí um objetivo definido. Conseguir comprar. Conseguir formar os filhos. Conseguir deslanchar sua pequena empresa iniciante. O ar está mais sujo e não se pode culpar simplesmente uma cidade pequena. Ou culpar Araxá. O ar está mais limpo. Aquele que falava de outros aprendeu a olhar pra dentro de si. Aquele que falava mal por quatro horas seguidas aprendeu a ajudar no Tadeu. Aprendeu a ocupar seu tempo com uma atividade física ao ar livre. E se apaixonou com a endorfina. E antes que as esposas reclamem, muitas delas se apaixonaram com a endorfina. Vivem de amores por esta substância química que não faz mal. Generosa que é, vive composta por 31 aminoácidos. E você que se apaixonou por ela, não se preocupe. Os aminoácidos não são seus concorrentes, estão dentro de você.

O ar está mais limpo pois as empresas madeireiras estão aprendendo cada vez mais a utilizarem-se das árvores de forma sustentável. O ar está mais sujo pois muitos ainda burlam as leis sem a preocupação da manchete negativa de um jornal. O ar está mais sujo pois não é mais possível assistir ao jornal da oito e conseguir uma boa digestão. Ele nos dá a impressão de um inferno real na Terra. Seus editores desaprenderam a falar do bem, de forma majoritária. Existem alguns espaços. O ar está mais limpo pois na Internet você escolhe as boas notícias. Na Internet você consegue sentir o ar mais sujo quando não consegue se expressar de forma correta em uma série de e-mails. Perdemos preciosos minutos e rusgas desnecessárias. O ar está mais limpo pois ajudamos pessoas a acharem outras. Achamos nossas almas gemas na grande rede. Aumentamos o faturamento de nossas empresas através de simples ações no Facebook, o tal do Facebook. Aumentamos nossas relações esquecidas de amizade ao jogarmos um Farmville, ou qualquer outro joguinho, onde um lembra do outro, muito antes do Natal. E o Natal, ah, ele também fica mais feliz.
O ar está mais limpo, o ar está mais sujo, o ar está mais colorido, o ar está mais comestível no algodão doce, o ar está mais pesado, o ar está mais do jeito que queremos. Eu quero sempre achar o ar que mais combina comigo. O ar do mar, o ar do sertão, o ar apaixonado de quem deseja viver intensamente, o ar da mulher que amo sempre mais do que a um segundo atrás. O ar das amizades verdadeiras. O ar de ver casar quem se ama de verdade, e não quem casa por casar. O ar enfeitado pelo cheiro de uma picanha na tábua chegando. Ou o ar de paz de uma peça de sushi. O ar quente de uma piscina das Termas. Ou de seu clube favorito. O ar. O ar. O Araxá.

quinta-feira, junho 24, 2010

O araxaense que quase mudou a política brasileira


Na semana passada concretizou-se uma destas histórias para ficarem guardadas no nosso imaginário por muitos anos. E tem araxaense envolvido na história. Mas não foi apenas mais uma história envolvendo gente de nossa cidade. Foi “ a história do araxaense que quase mudou a política brasileira”.
Tudo começou quando meu amigo Luciano Marques, famoso atleticano de todas as horas, levou sua irmã e sua amada para uma pizza na não menos famosa pizzaria “ A Tal da Pizza”.Eram 10 horas da noite. Guarde este horário. Quando ele estava adentrando o recinto, percebeu que quem saía era o pré-candidato á Presidência da República pelo PSDB e palmeirense fanático, José Serra. Era o Dia D do auge das especulações sobre uma possível ida do Diego Souza, na época do Palmeiras, para o Galo. A imprensa esportiva do Brasil inteiro queria saber o destino do craque.
Serra estava com a netinha no colo, esperando o manobrista. Ao se deparar com a cena do Luciano bem acompanhado, político que é, soltou essa:
- Você é forte, hein, com 2 mulheres...
Nosso amigo araxaense, atleticano antenado que é, não acostumado a perder uma oportunidade destas, soltou logo:
- O Diego Souza foi pro Galo, né?
Serra ficou surpreso com esta informação, não estava sabendo. Quis confirmar.
- É mesmo? Você é atleticano? Ele foi de graça, por empréstimo?
Luciano “meio” que confirmou:
- Acho que sim.
Aconteceram as despedidas, Luciano entrou para começar a comilança, José Serra foi embora já preenchido com as maravilhas culinárias em forma de pizza do local. Porém, mais preenchido ainda com esta jóia de informação que havia conseguido.
Serra é um “twitteiro” famoso, surpreendendo sempre seus seguidores ao entrar pra começar a “twittar” no meio da madrugada. Pois ás 2:30 da madrugada, quatro horas e meia depois, ele finalmente soltou o “furo”.
O resto da história já é conhecido por muita gente. O presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, respondeu dizendo que indicaria o vice do Serra pelo Twitter, para que o político visse o que é “furo” no Twitter.Começou aí uma série de “twittadas” entre o Presidente, e o que deseja ser Presidente. José Serra respondeu ao Kalil aceitando sua proposta, que ele indicasse seu candidato á “Vice-Presidência”. Em seguida, Kalil disse que o governador de Minas Gerais, o Anastasia havia pedido que ele votasse no Serra, e que gente séria vota em gente séria. O candidato Serra encerrou ressaltando a seriedade do Kalil, e que foi bom conversar com ele.
O que ninguém sabia é que, por trás disso, tudo, havia ele, Luciano Marques. O araxaense que quase mudou a política brasileira. Eu imagino o que deveria estar passando pela cabeça do presidente Kalil. Que nome ele indicaria para vice do Serra. Não duvido que ele tenha pensado no Marques, que logo em seguida protagonizou outra polêmica com ele, tendo no cenário sua candidatura a Deputado Estadual. Kalil poderia ter pensado no Marques como vice do Serra. O Galo estaria bem representado. E tudo isso , é claro, tinha que ter começado com um araxaense, no lugar certo, na hora certa.

domingo, maio 23, 2010

Futebol é amor, não é guerra


Desde o primeiro momento em que resolvi abordar este tema, pensei em escrever logo na primeira frase: gosto do Dunga como pessoa. Para não deixar nenhuma dúvida de que, caso eu venha a ter a oportunidade de conhecê-lo, ele já sabe que este aqui tem simpatia por sua figura. Mais que simpatia, eu admiro sua carreira, é um vencedor como poucos. Daqueles que têm um objetivo na cabeça tão sólido que nada o abala. Acho também que o Brasil e o brasileiro devem, a cada dia, prestar atenção na forma como tratam seus ídolos. Devemos assistir à trajetória do pensamento até o momento em que se transforma em palavra, e caso a palavra não tenha sido de nosso agrado, tratemos de corrigir isso logo. Ou seja, ao falarmos de Dunga, Ronaldo e Romário, para ficarmos só em exemplos mais recentes, é preciso lembrar apenas de: Copa de 94, capitão, Fenômeno, Melhor do Mundo 3 vezes, maior jogador da história dentro da área, exemplo de superação, vencedores. Quando pensamentos envolvendo estas palavras aparecerem em nossas cabeças, devemos deixá-los brotar em palavras. O resto se descarta, já no pensamento.
Dado o devido reconhecimento ao passado destes grandes brasileiros, vamos ao tema de hoje. O futebol é um esporte com mais de 100 anos de história. Quem começou a praticá-lo lá na China, ainda sob o nome de cuju, ou na Inglaterra um pouco mais tarde, certamente não poderia imaginar que os donos da riqueza não seriam mais apenas os nobres. Ou os barões do comércio. Que os donos das mansões seriam também as estrelas do futebol. Essa já é uma mudança grande na forma como este esporte interage com a sociedade. Porém, uma das grandes vantagens do futebol brasileiro em relação ao resto do mundo foi sempre tratar a bola com carinho. Com verdadeiro amor. Da mesma forma que Picasso, Paul McCartney ou Niemeyer, em outras artes, nossas gerações ininterruptas de gênios da bola colocam sempre muito amor em seu relacionamento com a bola. Uma partida das super novidades Ganso e Neymar nunca é igual a outra. Ao prestar atenção nas reações dos adversários do Santos, um dia após as partidas, é fácil perceber a empolgação de quem pôde assistir mais de perto a mais esta geração de gênios da bola. Sim, pois quando o Santos joga contra o time de alguém, em vez de gerar rivalidades históricas o que tem acontecido são narrações das pinturas realizadas na noite anterior. Por tudo isso, futebol é amor, não é guerra.
E assim eu chego à conclusão da coluna de hoje. Quando o nosso caro Dunga divulgou a lista dos 23 convocados para a Copa do Mundo da África do Sul, ressaltou, durante grande parte da entrevista, o amor à pátria. “Eu amo o Brasil. Já morei fora e quis voltar por causa das minhas raízes. Por causa da minha brasilidade.” Mas quando o treinador da Seleção ressaltou o amor à pátria, de uma forma que fica parecendo estar acima do amor ao futebol, contraria o que nos deixou únicos no mundo do futebol: a beleza plástica. É muito provável que, mesmo não tendo começado a Copa do Mundo, muitos brasileiros prefiram ficar com o escrete canarinho de 82 que com a seleção vencedora da Copa de 2010, mesmo que isso aconteça. E se futebol é amor e não guerra, o brasileiro certamente prefere ver Ganso, Neymar, Ronaldinho Gaúcho, Tardelli, Hernanes que uma seleção composta pelos 23 que mais têm amor à pátria. Brasileiro não quer ver guerra, quer ver amor. Brasileiro não quer ter que torcer para um dos sete meias defensivos se machucar, para entrar Ganso ou Ronaldinho Gaúcho. Mas, mesmo sem querer, vai se pegar nesta torcida. E isto não é amor. Por isso, Dunga, meu caro Dunga que admiro, espero que este texto chegue a suas mãos algum dia, e lhe ajude a batalhar pela beleza plástica do futebol. Esta,com certeza, será uma luta que vai além da pátria.

sábado, maio 01, 2010

Como você encara


Enquanto uma pessoa comemora a conquista de seus primeiros 500 mil reais em patrimônio, talvez no mesmo bairro achamos outro se retorcendo de raiva porque perdeu 500 mil reais de seus oito milhões, de patrimônio. Por outro lado, podemos achar uma pessoa que também acabou de conquistar seus primeiros 500 mil reais em patrimônio, mas sentindo-se o último dos mortais porque conseguiu amealhar esta quantia em vinte anos, e não em cinco, como esperava. E, no mesmo bairro, uma outra pessoa extremamente feliz por ter perdido apenas 500 mil reais de sua fortuna de oito milhões, após uma terrível crise que assolou a cidade.
Muitas destas (es)histórias chegam até nós via e-mail ou por um bate-papo descontraído com os amigos. Não sabemos de onde vieram ou quem as escreveu. Pois não é raro acontecer de um texto ser atribuído erroneamente a um Luis Fernando Veríssimo ou a um Paulo Coelho. Uma delas eu escuto sempre e acho fascinante. É a estória de um vendedor que chegou em Angola ( mudei o nome do país) com uma missão de sua empresa: descobrir se existia um aumento de mercado potencial para o tênis que sua empresa fabricava. Depois de duas semanas de olhar atento, o vendedor ligou para a empresa pedindo que cancelassem a missão, já que todo mundo andava descalço. A empresa o trouxe de volta, mas, por via das dúvidas, mandou um novo vendedor para a mesma missão. Passado apenas um dia, o novo vendedor não titubeou: ligou para a empresa pedindo que quadruplicasse o envio de tênis para o país, já que todo mundo andava descalço.
O que determina a sua sorte no mundo é o modo como você o encara. E, por falar em sorte, recomendo muitíssimo aos interessados neste assunto o livro “A Boa Sorte”, de Alex Rovira Selma e Fernando Trias de Bes. Acredito que este livro ilustra muito bem a questão do modo de como encaramos o mundo. Outro dia, um amigo meu deparou-se com sua primeira reunião de negócios, na cidade onde mora. Para ele, era sua primeira reunião. Mas ele sabia que existiam outras pessoas na equipe com bem mais tempo de trabalho que ele. Depois de uma, duas horas de espera, chegou à conclusão de que só ele apareceria na reunião. Pois em vez de se preocupar em demais e passar noites sem dormir, ele saiu do local com uma alegria imensa e com uma vontade enorme de se dedicar ao negócio. Ele encarou da seguinte forma: se eu acredito na empresa, se eu acredito nos produtos, e meus possíveis concorrentes estão meio nocauteados, tenho todo um enorme mercado me esperando. Vou redobrar meu esforço.
Algumas pessoas encaram o dia do seu aniversário como o pior dia do ano, por lembrarem que estão mais velhas. Outras pessoas encaram o aniversário como uma constatação de que conseguiram a maravilhosa dádiva de mais um ano de vida. Não desejo aqui dizer quem está certo. Não vou dizer qual eu acho positivo ou negativo. Mas quero fechar a coluna desta semana com um lembrete, tanto para mim quanto para quem ler estas palavras: sempre, ao se deparar com um pensamento, com um fato em sua vida, procure avaliar todos os lados possíveis da situação. A forma como encararmos o acontecido determinará sempre o nível de qualidade de vida que teremos. A qualidade de vida, o nível de alegria, a quantidade de amigos verdadeiros, a compreensão da família, o sucesso nos negócios...

*Desenho incrível do Alex Magno

quinta-feira, abril 22, 2010

A decisão


Aproximadamente seis meses atrás, eu escrevi minha primeira coluna sobre marketing de rede. Achei que era um momento importante para escrever sobre isso, pois não estava envolvido com nenhuma empresa naquele momento. Assim, sentia que era um momento ideal para falar do crescimento deste setor e da importância de escolhermos um marketing de rede para termos mais qualidade de vida.
Na coluna publicada em outubro de 2009 ( e aqui no blog em Fevereiro) , eu disse:
“Eu sei que não demorarei muito mais tempo para me decidir por uma delas.”
Realmente, não demorei. Com mais dois meses, concluí um processo de oito meses de análise das propostas e, com muita sustentabilidade na escolha, decidi pela empresa líder mundial neste segmento: a Amway. Quem leu minha coluna anterior sobre o tema sabe da minha história com a empresa, apesar de nunca ter entrado nela anteriormente. Quem acompanhou a “primeira onda” da empresa no Brasil viu o potencial de seus produtos. Pôde acompanhar, também, uma série de motivos para ela não ter decolado no Brasil na época, incluindo preços altos, necessidade de investimento muito alto em treinamento e exageros na postura dos empresários na hora de captação de novas pessoas para suas equipes. Sendo assim, comprovando sua história de nunca ter saído de nenhum país em que tenha entrado, a Amway aguentou 10 anos de dificuldades no Brasil, até achar o momento ideal de solucionar todos os seus problemas no país e apresentar-se novamente, como aqui sempre deveria ter sido: uma empresa que é a líder mundial no segmento de marketing de rede, e não à toa.
O título da coluna de hoje fala sobre algo que devemos fazer diariamente, muitas vezes ao dia: decidir. É muito melhor decidir - mesmo cometendo erros - que ficar paralisado na indecisão. Ao decidir-se por uma empresa de marketing de rede, você estará se presenteando com muita coisa boa nesta vida. Vou fazer uma listinha para ilustrar melhor:
1- Ter a certeza da companhia quase que unânime de pessoas positivas no seu dia a dia. O marketing de rede inibe, quase que por completo, as pessoas pessimistas.
2- Escutamos com muita frequência, de muitas pessoas, a reclamação de trabalharem demais e não terem tempo para a família. O resultado final do marketing de rede é sempre o mesmo: conseguir muito mais tempo para realizar atividades que não conseguia antes.
3- No marketing de rede, nós trazemos pessoas novas para serem bem-sucedidas, tendo nossa ajuda a qualquer hora do dia para tal. Em grande parte das empresas tradicionais, incluindo a minha, são trazidas novas pessoas para suceder outras. Você já viu um gerente treinar um caixa para que ele seja gerente no seu lugar, se não existe esperança dele se tornar um diretor? Os exemplos variam, as empresas podem negar isso, mas é uma verdade histórica.
4- Quanto mais você cresce no marketing de rede, menos trabalho duro você tem. Seu trabalho passa a ser de liderança, inspiracional.
5- Independentemente de quando entrar na empresa que escolher, você tem todas as condições do mundo pra chegar ao topo. Ou seja, me utilizo deste espaço para decretar a inversão de um boato histórico: a chance de você encontrar algo piramidal é muito maior em uma empresa tradicional. Imagine uma empresa familiar, com 100 anos de história. Imagine 300 auxiliares de escritório que acabam de entrar nela. Qual é a chance de eles chegarem ao cargo de diretor-presidente? Perto de zero, concordam? O segmento de marketing de rede é o que mais cria milionários atualmente. E este cenário só vai se consolidar no futuro. Pergunte a qualquer estudioso da área.
Tome uma decisão. Se você já trabalha com marketing de rede, leve a sério. Se já trabalhou e desistiu devido a alguma experiência frustrante, pare de colocar a culpa em terceiros e pesquise o segmento novamente. E se ainda não trabalha, dedique algumas boas horas (ou meses, mas decida-se) do seu tempo a estudar este segmento.
Uma coisa eu já garanto: terá sido um dos melhores investimentos de sua vida. Em alegria, em alto astral, em sucesso financeiro, em qualidade de vida, em novas amizades. Faça isso por você, ou por sua família, que certamente gostará de conviver mais com você daqui pra frente. E com mais dinheiro no bolso.

quarta-feira, abril 14, 2010

A Copa do Mundo está chegando...

Em homenagem à Copa do Mundo que está prestes a chegar, repetirei o assunto principal da semana passada e falarei de futebol de novo.
Neste exato momento, pelo mundo todo, mas principalmente nos países mais apaixonados pela bola, existem milhões e milhões de técnicos semiprofissionais de futebol, verdadeiros especialistas no assunto, cada um com uma teoria diferente.
No Brasil, discute-se a razão pela qual Dunga opta por ter um grupo fechado, e não convoca Ganso, Neymar ou até Phillipe Coutinho do Vasco. São muitos os técnicos. São muitas as teorias. Incluindo muitas delas que defendem o vitorioso Dunga, citando o fato de não se mexer em time que está ganhando.
Na Argentina, ao mesmo tempo que grande parte da população contesta as participações do fantástico Lionel Messi pela Seleção, outra parte numerosa louva os feitos dele, cada vez mais extraterrestres.
Permito-me colocar aqui apenas uma informação, antes de prosseguir a coluna: Pelé foi o maior jogador de futebol todos os tempos, assim como os Beatles foram e sempre serão a melhor banda de todos os tempos. Pode-se iniciar uma discussão se Pelé ou Beatles foram os maiores de todo o esporte e de toda a música. Mas, no futebol ou entre as bandas, o que escrevi acima é apenas uma informação, e não opinião. Mesmo que esta última frase sirva só para o Maradona arrancar os cabelos.
A nossa “geração da informação instantânea” acaba por emitir opiniões tão rapidamente, que assusta. Maradona disse que Messi está a caminho de se tornar o melhor de todos os tempos. Não consigo encarar de outra forma a declaração de Don Diego, a não ser uma injeção de autoconfiança em seu mais destacado jogador, para que ele arrebente na Copa. Acredito que seja importante também dar autoria ao “gentil” cachorro que retirou parte da face do “gordito” treinador da Argentina. No ato da abocanhada, o cachorro deve ter transferido um pouco do alucinógeno que ingeriu ao remexer na lata de lixo de uma festa rave promovida por um vizinho do “gordito”. Com este cenário, está justificada tamanha maluquice. E que agora não só aumenta a tiragem dos jornais e revistas: aumenta os “cliques” de um portal. Tudo por um clique.
Enquanto isso, do outro lado do mundo, no Velho Continente, relembro o todo-poderoso Real Madrid deixando ir embora de seu elenco um senhor holandês chamado Arjen Robben. Não sem antes receber 25 milhões de euros. De qualquer forma, este senhor Robben estará nas semifinais da Liga dos Campeões da Europa, procurando nas arquibancadas por algum ex-colega de elenco do Real Madrid, que foi eliminado pela sexta vez consecutiva antes das quartas de final. Você, que é fã de futebol e irá acompanhar cada jogo da Copa, fique de olho em Arjen Robben. E-U N-Ã-O C-O-N-S-I-G-O E-X-P-L-I-C-A-R O G-O-L Q-U-E E-L-E F-E-Z C-O-N-T-R-A O M-A-N-C-H-E-S-T-E-R! Um gol decisivo, que eliminou o Manchester e retirou suspiros do peito de cada fã do esporte. Um craque discreto, o senhor Robben, daqueles que só ocupam as manchetes por imposição da beleza de uma de suas jogadas. Não tem o “appeal” do Messi para as manchetes. Nem a beleza estética a cada lance. Mas pode ser decisivo para um grupo que se classificou com incríveis 100% de aproveitamento. Das oito partidas da Holanda nas Eliminatórias, venceram... Todas as oito.
Aí está. Mestre Armando Nogueira me inspirou. Já está ele a fazer seu trabalho lá de cima. Tentarei ser apenas um humilde mensageiro.

quinta-feira, março 25, 2010

Não clique nos Nardoni



Hora do noticiário, por volta de oito e meia da noite. Muitos brasileiros escolhem este horário como o ideal para ficarem informados sobre o que acontece no País e no mundo. Porém, algo tem me incomodado já há algum tempo. Não sei exatamente quando surgiu esta “tendência”. Mas é fato que você precisa deixar passar quatro, cinco notícias, até receber uma notícia realmente boa. Um editor isento poderia dizer que o mundo piorou e que tudo precisa ser noticiado. Mas sabemos também que existe sempre um grupo de jornalistas que se reúne para decidir o que será noticiado nos telejornais. Se eu recebo, pela Internet, pelo menos 20 notícias boas e relevantes por dia, não consigo entender a enorme quantidade de sangue e terror na telinha.
O título desta coluna se baseia na prática de “clicar” da Internet para ilustrá-lo. Mas serve para qualquer mídia. “Não clique nos Nardoni” significa não prestigiar as infelizes escolhas dos editores do jornalismo de todas as mídias que cometem a infeliz decisão de criar novelas e mais novelas em cima de assuntos que não nos acrescentam absolutamente nada. Pior: muitas vezes, depois de usar a criatividade de autores de novelas para hipnotizar a população, nos dias seguintes voltam a publicar notícias parecidas com as da novela. Exemplo: se a novela é sobre maus-tratos a uma criança, os editores vão atrás de uma notícia equivalente numa pequena cidade do interior do Nordeste, para pegar “carona” na novela recém-transmitida? Coloco um ponto de interrogação, porque é muito duro acreditar nisso.
Depois de passado um tempo sem mais capítulos da novela anterior, já concentrando-se em uma nova novela envolvendo a morte trágica do cartunista e de seu filho, os editores resolvem voltar com um “ Vale a Pena Ver de Novo” que, no caso do jornalismo terrorista, gera bem mais audiência que seu equivalente das novelas de ficção. Falavam da menina que foi jogada de um prédio, passam para a morte do cartunista, e voltam com a menina jogada do prédio depois de meses. Estes mesmos editores são profissionais de respeito nacional, muito queridos por todos. Mas, com a popularidade que têm, não estaria na hora de exigir de seus contratantes uma maior independência na escolha das notícias? Pois, de novo, não consigo acreditar que eles escolham isso sem uma pressão externa. E por que essa pressão? Dono de uma emissora de televisão, tenha fé: você não vai ficar mais rico ou respeitado por passar tanto sangue na telinha. Arrisco-me a dizer que você ficaria mais rico optando por notícias mais enriquecedoras.
Depois de lançar no Twitter, lanço aqui, nesta coluna publicada na mídia impressa e na Internet, a campanha “Não clique nos Nardoni”. Não precisam dizer quem a começou. É uma campanha interna, entre nós e nossos neurônios. Para barrar nossos instintos naturais e espontâneos de clicar na principal manchete do portal da Internet, ou de continuar com a TV ligada numa emissora que está distribuindo sangue e terror em sua sala. “Não clicar nos Nardoni” significa não dar popularidade às escolhas erradas. É salvar os jornalistas que talvez estejam num caminho feio sem ver, e a população, de ser influenciada a cometer atos menos nobres, ingenuamente.
Não peço uma mídia “Teletubbie”. O mundo realmente tem assuntos gravíssimos a serem tratados. O meio ambiente sendo devastado, novas ditaduras latino-americanas aparecendo. Mas nada me convence de que o drama de uma mãe que perdeu uma filha mereça tamanho destaque e eleve a educação de um povo. Será que a mãe merece ser parada sempre na rua e ser relembrada pelos pedestres de que sua filha morreu brutalmente, mesmo por meio de um: “força, mãe, estamos contigo”? Tudo em nome de uma novela caça-níqueis?
Editores, parem com isso. Caros amigos leitores, troquem de canal, visitem outro site. Vamos boicotar a máfia das novelas jornalísticas de terror e sangue. Vou parecer um político, mas a última frase terminará com um “juntos, podemos construir um mundo de notícias melhores”.