segunda-feira, julho 30, 2007

Errata no Interação

Caros amigos,

Quero avisar pelo blog que o Jornal Interação tem uma errata na edição que saiu nesta sexta-feira, 29-7.
Ele traz o " No fundo da Lagoa do Barreiro-8", mas ao invés de estar na página 2 como de sempre, apareceu na página 2 de Turismo.
Achei importante para os amigos de Araxá dizer isso aqui, pois alguns poderiam achar que a coluna não foi publicada nesta semana.
Lembrando que o capítulo 7 acaba de ser postado por aqui, sempre com uma semana de atraso em relação ao Jornal Interação, que publica semanalmente a novela " No fundo da Lagoa do Barreiro", ao qual agradeço.

um abraço a todos,

Fred

No fundo da Lagoa do Barreiro-7

Rúbia começou a imprimir um nado acelerado. Saiu das dependências da mansão de Ana Jacinta. Passou por trás da antiga casa de hóspedes do lado de fora, deu meia-volta e foi no sentido da Piscina Emanatória. A sereia número 5 retirou a tampa cheia de lodo e continuou subindo. Chegou finalmente na piscina, que era seu passatempo favorito quando precisava espairecer. Porém, desta vez ela testemunhou uma cena intrigante. Estavam reunidas na piscina duas pessoas com uma conversa que chamou sua atenção.

“ Não creio que Olavo possa ser creditado como uma nova Dona Terezinha. Ainda acredito que acharemos seu corpo”, disse uma das pessoas.
“ Não tenho essa mesma expectativa. Já credito o caso Olavo como o segundo dentro de sumiços misteriosos de Araxá. E se você perceber, os dois desapareceram perto da água. Só pode ter uma ligação nisso aí”, disse a outra pessoa.
Rúbia, com estes dados todos penetrando seu ouvido, utilizou-se de seu nado forte novamente, e muito rapidamente voltou para a mansão em nado recorde de quatorze segundos, quebrando seu próprio recorde, já que ela era a única a habitar aquele local escondido.
Ao chegar na mansão, Rúbia relatou tudo que ouviu da conversa entre estas duas pessoas para Ana Jacinta. A dona da mansão e seus neurônios começou a formular um plano de contornar esta crise. Com algumas pílulas de lama para envolvidos no assunto, e o caso estaria um pouco mais abafado. Nada que tiraria da memória araxaense mais um caso de sumiço. Mas no momento, era importante tirar o foco da Lagoa. Ana Jacinta verificou, e Olavo estava no quarto de Dora, tomando mais uma caipirosa. No fundo da Lagoa do Barreiro, tudo na mais perfeita ordem.

domingo, julho 29, 2007

Pensando no esfomeado

O umbigo é o abrigo do resto do sujo do dia
O orgulhoso suicida pulando do alto de seu ego
O sujo acaba no nada de um canto sem encanto
O banho é necessário pois lava a alma sem sermão
O resultado da sociedade está no canto dos olhos
Não desperdice o sanduíche de sua lanchonete
Há uma boca o querendo

quarta-feira, julho 25, 2007

Origem da palavra fumê

A palavra fumê, segundo a minha opinião, tem sua origem na expressão " fui tirar uma meleca ".
Não existe, a meu ver, nenhuma outra possibilidade de origem desta palavra.
Percebam. A pessoa que coloca um vidro destes fica isenta de olhares mais atentos.
Sente-se segura e isolada do mundo. Já que ninguém está vendo, faz uma das atividades mais populares do mundo, e menos assumidas: a retirada de meleca do nariz.
Concorda? Na-não, não precisa concordar. Publicamente...

sexta-feira, julho 20, 2007

No fundo da Lagoa do Barreiro-6

Dora. Com dor no meio do nome. Apesar de sua trajetória de vida exaustiva, Maria Auxiliadora, a sereia número 4, é das mais bem-humoradas da mansão jacintiana. Quando Olavo chegou na porta de seu quarto para conhecê-la, Dora ativou sua surpresa: um jato contínuo de lama, que demorou 30 segundos. Olavo já se preparava para soltar uma expressão não tão educada, quando Dora o convidou para juntar-se a ela em sua jacuzzi de lama, um presente que Ana Jacinta havia mandado fazer para Dora por bons serviços aquáticos prestados. A dona da mansão havia contratado o renomado arquiteto Luca Maestrelli, para tal serviço. Maestrelli habitava o Fundo da Lagoa do Barreiro desde quando decidiu-se pelo final de sua vida. Era a época da construção do Grande Hotel. Maestrelli havia errado na construção da piscina emanatória, ao ajudar seu guru Luís. Por isso mesmo não entrou para os anais da história arquitetônica do hotel. Ao invés de seu pulo na Lagoa ter sido finalizado com uma morte, Ana Jacinta salvou-o, colocando-o em uma casa que ela havia construído em separado, para hóspedes que precisavam de mais privacidade. Idéia que ela abandonou com o tempo, já que sua mansão passou a oferecer muitas possibilidades aos freqüentadores.
D
ora, a sereia número 4, habita seu quarto localizado logo abaixo da área de pescaria do Grande Hotel. Um local de muito trânsito, muita lama, onde ela sabe como poucas sereias pescar a atenção das pessoas. Olavo, após o banho de lama, entendeu o espírito brincalhão de Dora, e logo virou “ habituê” do local. Sempre levando a tiracolo sua “caipirosa”, feita de limão, vodka e água sulfurosa, e compartilhando o quarto com muitos outros freqüentadores, atraídos pelo bom-humor da quarta anfitriã.

segunda-feira, julho 16, 2007

No fundo da Lagoa do Barreiro-5

A sereia número 3 estava dando uma limpeza geral em seu quarto quando Ana Jacinta chegou com Olavo. Para os leitores do mundo aqui de cima, seu quarto fica situado exatamente debaixo da ponte da “ ilha do amor”, da Lagoa do Barreiro. Talvez por isso seja a sereia de modos mais simples. Maria Helena recebeu Olavo com um sorriso global, destes que abrangem todos os cantos do quarto, e que se possuísse raios-ultravioleta, expandiria mansão afora. Talvez atingindo até alguns peixinhos. Dentro de seu quarto, Maria Helena mostrou a Olavo seu objeto mais precioso: um tapete persa de muitos metros, que percorria todo seu quarto. Diz a sereia que achou este tapete quando assistia a um ex-governador de Minas Gerais, do alto de sua escondida embriaguez, entregar o tapete ás águas da Lagoa do Barreiro, enquanto bradava que não merecia tapete vermelho estendido para sua insignificância. A sereia tratou de recolhê-lo logo, antes que o enorme mamífero ex-governador pensasse duas vezes. Coisas passíveis de se acontecer por uma embriaguez.
Depois de uma rápida prosa, Olavo despediu-se de Maria Helena e foi logo segurando no braço de Ana Jacinta. “ Você vai me apresentar a todas as 34 sereias? Qual é o seu plano final? Transformar-me em Rei do Fundo da Lagoa?”, perguntou ele. Após um silêncio de 10 segundos, pensando charmosamente na resposta, Ana Jacinta devolveu uma resposta fulminante, olhos nos olhos. “ Olavo, eu acompanhei toda sua trajetória em Araxá. Acredite, estive presente em muitos eventos seus. Dentre todos araxaenses, escolhi você para ser meu dono. Pela sua reação, sei que você ainda não absorveu esta minha decisão. Mas eu soube me preparar, tanto psicologicamente quanto tecnologicamente, para te segurar. Eu nunca tive dono. Você, se tudo der certo, será o primeiro. E para isso, preciso lhe apresentar meu mundo”, concluiu Ana Jacinta.
Olavo acelerou seus passos, quase se conformando. Não sabia exatamente como situar sua história a partir desse momento. O quarto da sereia número 4 era o próximo.

quinta-feira, julho 12, 2007

A beleza não tem cor definida

Branco, preto, amarelo
Elo não desmancha
Mancha se não mistura
Dura se não desmancha
Profundas as cores do mundo
A fundo as cores dos cantos
Encantos das vozes serenas
Amenas as caras contentes
Dos seres nada ausentes
Índios, Pardos, Latinos
Devem sumir os assassinos
Dos que habitam os bancos de praças
Raças todas misturadas
Futuro mais bonito
Infinito

A beleza não tem cor definida

quinta-feira, julho 05, 2007

No fundo da Lagoa do Barreiro-4

Para acalmar a ira de Olavo, e aliviar um pouco as dores do galo, Ana Jacinta deu-lhe duas pílulas de lama e levou-o ao quarto da sereia número 2. Com sua vasta experiência nas questões masculinas, sabia não existir melhor tranqüilizante.

A sereia número 2 atende pelo nome de Agar. Muito séria e concentrada em seus afazeres, Agar recebeu-o bem, porém sem muito papo. Típico dela. Cabelos curtos, quase castanhos, ar de sereia que sabe onde nada.

O quarto da sereia número 2 fica exatamente abaixo do deck dos pedalinhos. Este fato pode ter contribuído para realçar a seriedade de Agar durante os anos. Crianças gritando e pedalinhos arranhando seu teto foram retirando dela sua alegria pouca.

“ Agar, como você agüenta viver numa casa com 34 mulheres?”, perguntou Olavo. “ Ora, Olavo, pois é o chamariz perfeito para os homens que Ana Jacinta traz para cá, Olavo, O Escolhido”, soltou Agar para o espanto de Olavo, não entendendo esta nova expressão que pulou da boca de Agar sem que ela reparasse.

Para que os homens trazidos por Ana Jacinta não lembrassem de suas visitas á mansão jacintiana, as pílulas de lama funcionavam também. Mas neste caso, ela as colocava dentro de um copo de água sulfurosa da Fonte Andrade Júnior, que ela colhia duas vezes ao mês, lá pelas quatro da manhã. Para o delírio dos amigos de um dos porteiros do Grande Hotel, agraciado por muita sorte, segundo ele, com a visão de Ana Jacinta nas duas vezes mensais que ela apareceu para coletar água sulfurosa. Seus amigos sempre trucaram tal informação, não antes de muita ironia com o porteiro.

Do lado de fora do lago, Cordélia coordenava havia 2 dias uma busca por Olavo.Corpo de Bombeiros, IML, pastores rezando, curiosos. Uma multidão se formava toda manhã, sedenta por notícias. Mal ela sabia que Olavo, começando a se contentar com seu novo mundo aquático, ainda tinha 32 quartos para descobrir.

domingo, julho 01, 2007

Cóccix

Não existe a meu ver palavra mais estranha na língua portuguesa que " cóccix".
Gostaria até de um intercâmbio com vocês, meus amigos blogueiros, caso apresentem uma palavra de som mais estranho que essa.
O som dela em português é " cócsi".
Isso sempre me fascinou e causou estranhamento.
Não me lembro de uma regra na língua portuguesa, onde a junção de dois " c", com um " x" no final, virasse o som " csi".
Enfim, está aí minha candidata a " palavra mais estranha da história da língua portuguesa".
Que venham outras.
Eu porém, desconheço.