Dependendo das informações que você possuir até o momento da leitura dos nomes destes dois brasileiros incríveis no título desta crônica, poderá achar que será um texto sobre vida e morte. Prefiro comentar sobre isto no final.
Os números sobre Chico Xavier enquanto vivo eram impressionantes e continuam a crescer. Se em 1980, no momento da campanha para sua candidatura a Prêmio Nobel da Paz os livros psicografados por ele ultrapassavam 8 milhões de exemplares vendidos, hoje este número já passa dos 50 milhões. Nos demais 22 anos de vida, acredita-se que ele escreveu mais 268 livros, para finalizar com 451 livros. Destes livros ele nunca viu a cor do dinheiro. Os direitos autorais ajudaram a fundar e custear mais de dois mil instituições de assistência e caridade. Sem dúvida, foi um ser humano que defendeu a vida, e mudou a de milhões de brasileiros e seres humanos em outros países. Quando perguntado certa vez sobre vidas passadas, enfatizou a importância de vivermos intensamente a vida atual, que devemos nos importar com esta vida e não com o passado. Ganhou o título de “Mineiro do Século XX”, a frente de Pelé, Santos Dumont e Juscelino Kubitschek. Em um momento de sua vida, disse que havia no mundo 20 bilhões de espíritos desencarnados esperando para voltar ao planeta.
Vamos agora a um dos brasileiros vivos mais incríveis a habitar este planeta atualmente: o neurocientista Miguel Nicolelis. Ele se dedica a um projeto chamado “ Walk Again” que tem como grande objetivo fazer os tetraplégicos voltarem a andar. Nicolelis faz parte de um grupo de cientistas no mundo que com suas pesquisas têm desafiado o que nós humanos chamamos hoje de possível. Em seu livro “Muito além do nosso eu”, Nicolelis fala da criação em um breve futuro da “brainet”, uma rede de cérebros que “nos permitiria, literalmente, trocar idéias com milhões de outros cérebros navegantes.” As fronteiras da tecnologia e da neurociência estão com suas barreiras cada vez mais deixadas para longe. De qualquer forma, Nicolelis é um cientista apaixonado pela vida, buscando através da ciência ampliar nossas possibilidades.
Do Nicolelis, passamos ao futurista Ray Kurzweil, que previu nos anos 80 exatamente como seria nossa Internet hoje, e que traduz ao mundo como tem sido o trabalho dos cientistas atualmente, e quais frutos eles ajudarão a trazer no futuro. Kurzweil prevê que em 2 décadas os “nanorrobôs” irão adentrar nosso corpo e realizar as mesmas funções que as células e tecidos fazem hoje.
Tudo caminhando para que a vida ganhe em qualidade, que as doenças sejam mais facilmente dominadas ou até resolvidas antes mesmo de começarem. A ponto do biomédico britânico Aubrey de Grey afirmar que no futuro logo ali, as pessoas conseguirão chegar aos mil anos de idade.
Se é algo completamente impensável para nossa geração, não é para um grupo cada vez maior de cientistas. Com vários de nós passando a viver por mil anos, os atuais 7 bilhões de pessoas poderão se somar aos 20 bilhões de desencarnados que Chico Xavier disse certa vez povoarem os arredores da crosta terrestre. Haja alma! Qual será o limite? Será que ele realmente existe? O ponto que une estas pessoas tão importantes para nossa humanidade continua sendo a busca pela vida vivida em sua plenitude. A morte pode se tornar parte do passado num futuro próximo. Dos cientistas aos espíritas, dos futuristas aos biomédicos, é a vida que comanda o espetáculo.
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