Inspirado pela bela coluna do meu amigo Tancredo Borges Guimarães,cujo currículo e lista de qualidades eu vou resumir em “artista plástico e muito mais” por não caber aqui neste curto espaço, quero, por amor á nossa cidade, entrar no debate sobre a Boa Vista e o centro.
Talvez a maior riqueza que temos ao viajar muito é ter referências de tantos lugares para trazer à nossa terrinha e ajudá-la a crescer.Vamos então ao Velho Mundo. Para poder produzir uma dica de qualidade ao debate, é importante ressaltar que Araxá não faz parte da Europa, a arquitetura das cidades do Brasil não é a mesma de lá, e a história de nossas edificações não conta com mais de 200 anos.Sim, eu sei disso, e ressalto aqui este fato.Por último:não sou um craque da história como o Tancredo e assim transformo esta coluna simplesmente num pitaco. Assim, vamos lá.
Quando você passa muito tempo passeando pelas cidades de um país só, como a Inglaterra, consegue enxergar uma coisa.A arquitetura para eles é uma deusa.A ser preservada. A ser eternizada. Se você alia a isso o interesse comercial das empresas que desejam realizar negócios em sua cidade, tem-se o segredo de como conseguir gerar renda e manter a cidade linda, com sua história intacta. Parece que eles escolhem a dedo:vamos achar determinada rua, bastante ampla nos lados e longa.Vamos fechar este espaço para os carros e pronto.Milhares de pessoas aparecem e deixam suas libras depositadas.As ruas têm movimento contínuo. O comércio tem a ousadia de fechar suas portas ás 17:00, mas mesmo assim, o movimento continua nos pubs, cinemas, restaurantes, teatros, enfim, ferve.
O projeto de revitalização arquitetônica do Gustavo Penna, de primeira vista, contempla isso.Quando fixamos nossos olhos nele e imaginamos uma das cidades inglesas e seus modelos bem-sucedidos onde carros não passam pelas ruas, acredito que temos o modelo perfeito.
A Avenida Antonio Carlos e a Boa Vista não deveriam ter espaços para carros transitarem. Eu falo nisso pensando exatamente no público mais importante desta equação:os lojistas.Sem eles, teríamos um centro fantasma.Um país como a Inglaterra, que nos trouxe a Revolução Industrial, certamente gosta de dinheiro, de lucro.Um amigo meu que mora em Londres sempre diz: “o inglês não deixa passar a chance de ganhar dinheiro em nada.Tendo uma chance de lucro, ele aproveita.”
Escrevo estas linhas pensando em você lojista, e cito seu nome mais de uma vez aqui, pois se isto fosse uma eleição, seu voto seria o fator decisivo na campanha. Tenha certeza de que a logística não esquecerá de vocês.Tenha certeza de que públicos de todos os bairros de nossa cidade e de todo o mundo, virão prestigiar e deixar seus reais aqui. A vontade turística de nossa cidade certamente é a maior da região. Um centro revitalizado, como propõe este projeto, trará muitos lucros para nossa terrinha, não tenham dúvida.E esse projeto Jardim das Esculturas, hein? Que idéia fantástica.Toda cidade conhecedora do que consegue atrair um turista sabe que pontes maravilhosas, esculturas gigantes ( de nióbio então, melhor ainda)e obras de artistas renomados garantem um espaço sagrado nos guias turísticos e na agenda dos turistas.
Garantindo que a Antônio Carlos e a Olegário Maciel sejam espaços exclusivos para turistas, sem espaços para carros (ou espaços mínimos), teremos algo que nenhuma cidade da região tem: um super espaço ao ar livre, em plena região central, para os turistas gastarem horas e horas.Uma opção muito mais bonita que um Shopping Center e que garantirá público para os dois conviverem em harmonia, quando este tipo de negócio conseguir achar espaço ( e seu tempo certo) na cidade para ser iniciado.
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