Se você me perguntasse a minha opinião a respeito de marketing de rede em 1995, eu te devolveria uma resposta rápida dizendo que era algo discutível, ilusório e recheado de gente chata. Razão pela qual não entendia como meu pai, uma pessoa espetacular e longe de ser chata, tivesse se encantado por essa atividade, mesmo tendo empreendido por tão pouco tempo nisso. Quando eu parti para a Austrália, mesmo sabendo de minha opinião inabalável e inalterável sobre o marketing de rede, ele me pediu para que tentasse pesquisar algo naquele país sobre a Amway, empresa que ele havia escolhido participar.
Passados alguns meses de Austrália, trabalhando como vendedor de flores em um restaurante sofisticado, fui abordado por um elegante senhor, acompanhado de sua esposa que também prestava muita atenção em minhas reações durante a conversa. O senhor me perguntou se eu morava permanentemente na Austrália, e se este era meu único rendimento. Fui sincero, respondi que sim, e ele me convidou para uma reunião de negócios, que poderia me ajudar a aumentar bastante a minha renda. Na época eu tinha 22 anos, e minha opinião negativa a respeito de marketing de rede continuava inabalável. Mesmo assim, aceitei o convite, acreditando que existiria uma chance de ser a mesma empresa de meu pai. Eu estava certo. Dias depois, participei da reunião, conduzida por alguns profissionais vestidos de forma impecável, e outros vestidos de forma impecavelmente cafona. Achei interessante, e por isso mesmo o senhor que me convidou elevou sua empolgação e me faz um convite tentador: ir com eles, sem despesa nenhuma, para a convenção nacional da empresa, que aconteceria semanas depois, na capital da Austrália, a organizada cidade de Canberra, que eu não conhecia. Resolvi aceitar, principalmente para poder ter algo a dizer para meu pai na volta ao Brasil, e para ter mais embasamento na minha opinião irredutível sobre aquele bando de empolgadíssimos. E cegos, na minha opinião na época.
Ao sair de Sydney, onde eu morava, rumo a Canberra, decidi que iria aproveitar a viagem ao máximo, como um fim-de-semana de férias com tudo pago. Foi assim que eu encarei aquela viagem. E a convenção nacional da Amway manteve-se na minha memória apenas como o auge nas carreiras de vendedores que estavam mais inclinados a participarem de um culto religioso.
Por causa disso, tirando o prazer de conhecer a capital da Austrália, fiquei mais 10 anos sem me interessar por nada relacionado a marketing de rede. Até chegar ao ano de 2006 quando, vendo que o número de empresas usando o marketing de rede para crescer exponencialmente havia aumentado a olhos vistos, resolvi eu também abrir mais minha cabeça e exorcizar um pouco meus preconceitos. Afinal, o máximo que poderia acontecer era me sentir uma pessoa melhor e mais elevada, sem os antigos demoniozinhos do preconceito. Pois depois de alguns meses de busca não muito consciente, encontrei-me com um amigo de infância na rua, todo apressado. Perguntei a ele como estava, e a razão da pressa, afinal era o primeiro dia do ano, momento muito propício para abraços e votos de Feliz Ano Novo. Na época ele acertou errando, ao tentar evitar essa celebração, e me perguntar se poderia me visitar em minha casa depois do almoço. Ao aceitar seu convite, ele não só foi, como levou mais cinco amigos. Na verdade, eu não precisava de ninguém na sala. Fui convencido pela força do material de trabalho de uma empresa chamada Tahitian Noni. Era o fim de meu preconceito, e o início de minha paixão por uma atividade chamada marketing de rede, ou marketing multinível, se preferir. Minha história com esta empresa durou dois anos e meio, e só não durou mais por causa da corrupção em um órgão regulador do governo, que a fez sair do Brasil. A empresa continua líder na maioria dos 75 países onde atua, contribuindo com a melhoria na qualidade de vida de milhões de pessoas diariamente.
Assim, desde Maio deste ano estou apenas analisando propostas, enquanto não descubro uma nova empresa que trabalhe com marketing de rede, que me faça encantar por sua proposta.Eu sei que não demorarei muito mais tempo para me decidir por uma delas.
Enquanto isso, vejo pessoas que admiro, como o presidente da ACIA, Emilio Parolini e meu amigo empreendedor João Bosco Sena de Oliveira publicamente assumindo um novo desafio neste setor. Bato palmas, desejo sucesso e fico feliz pela mudança de conceito que a população tem tido. Já são mais de dois milhões de profissionais atuando neste setor, no Brasil inteiro. E se você ainda continua com a minha postura dos tempos da Austrália, eu daria apenas um conselho: experimente aceitar novas idéias, e deixe sua vida mudar para muito melhor. Ah, sabe aqueles chatos do marketing de rede? Esqueça. Você não conviverá com eles. Não duram muito nas empresas que escolhem. Pulam de um negócio para outro a cada mês. Escolha a empresa certa, e esteja pronto para conhecer um mundo novo de pessoas bem mais próximas do sucesso financeiro, e do seu conceito do que é ser uma pessoa altamente agradável e positiva.
*texto publicado originalmente no Jornal Interação, de Araxá-MG, de 29/10/2009
Um comentário:
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