sábado, maio 01, 2010

Como você encara


Enquanto uma pessoa comemora a conquista de seus primeiros 500 mil reais em patrimônio, talvez no mesmo bairro achamos outro se retorcendo de raiva porque perdeu 500 mil reais de seus oito milhões, de patrimônio. Por outro lado, podemos achar uma pessoa que também acabou de conquistar seus primeiros 500 mil reais em patrimônio, mas sentindo-se o último dos mortais porque conseguiu amealhar esta quantia em vinte anos, e não em cinco, como esperava. E, no mesmo bairro, uma outra pessoa extremamente feliz por ter perdido apenas 500 mil reais de sua fortuna de oito milhões, após uma terrível crise que assolou a cidade.
Muitas destas (es)histórias chegam até nós via e-mail ou por um bate-papo descontraído com os amigos. Não sabemos de onde vieram ou quem as escreveu. Pois não é raro acontecer de um texto ser atribuído erroneamente a um Luis Fernando Veríssimo ou a um Paulo Coelho. Uma delas eu escuto sempre e acho fascinante. É a estória de um vendedor que chegou em Angola ( mudei o nome do país) com uma missão de sua empresa: descobrir se existia um aumento de mercado potencial para o tênis que sua empresa fabricava. Depois de duas semanas de olhar atento, o vendedor ligou para a empresa pedindo que cancelassem a missão, já que todo mundo andava descalço. A empresa o trouxe de volta, mas, por via das dúvidas, mandou um novo vendedor para a mesma missão. Passado apenas um dia, o novo vendedor não titubeou: ligou para a empresa pedindo que quadruplicasse o envio de tênis para o país, já que todo mundo andava descalço.
O que determina a sua sorte no mundo é o modo como você o encara. E, por falar em sorte, recomendo muitíssimo aos interessados neste assunto o livro “A Boa Sorte”, de Alex Rovira Selma e Fernando Trias de Bes. Acredito que este livro ilustra muito bem a questão do modo de como encaramos o mundo. Outro dia, um amigo meu deparou-se com sua primeira reunião de negócios, na cidade onde mora. Para ele, era sua primeira reunião. Mas ele sabia que existiam outras pessoas na equipe com bem mais tempo de trabalho que ele. Depois de uma, duas horas de espera, chegou à conclusão de que só ele apareceria na reunião. Pois em vez de se preocupar em demais e passar noites sem dormir, ele saiu do local com uma alegria imensa e com uma vontade enorme de se dedicar ao negócio. Ele encarou da seguinte forma: se eu acredito na empresa, se eu acredito nos produtos, e meus possíveis concorrentes estão meio nocauteados, tenho todo um enorme mercado me esperando. Vou redobrar meu esforço.
Algumas pessoas encaram o dia do seu aniversário como o pior dia do ano, por lembrarem que estão mais velhas. Outras pessoas encaram o aniversário como uma constatação de que conseguiram a maravilhosa dádiva de mais um ano de vida. Não desejo aqui dizer quem está certo. Não vou dizer qual eu acho positivo ou negativo. Mas quero fechar a coluna desta semana com um lembrete, tanto para mim quanto para quem ler estas palavras: sempre, ao se deparar com um pensamento, com um fato em sua vida, procure avaliar todos os lados possíveis da situação. A forma como encararmos o acontecido determinará sempre o nível de qualidade de vida que teremos. A qualidade de vida, o nível de alegria, a quantidade de amigos verdadeiros, a compreensão da família, o sucesso nos negócios...

*Desenho incrível do Alex Magno

Um comentário:

. fina flor . disse...

o duro é conseguir pensar todos os lados do problema quando estamos mergulhados nele, né?

o distanciamento é fundamental!

beijos, querido, e bom fim de semana

MM.