domingo, julho 27, 2014

Como Ronaldinho Gaúcho será lembrado pela torcida do Galo?



Escrevo este texto em um momento onde não se confirma ainda, mas é muito provável a saída de Ronaldinho Gaúcho do Clube Atlético Mineiro nos próximos dias, rescindindo seu contrato que iria até Dezembro de 2014.

Mais provável ainda, talvez, é uma novela se arrastar entre ele ficar ou sair, ao menos por algum tempo.

A pergunta que eu gostaria de fazer e ajudar a responder é a seguinte: como Ronaldinho Gaúcho, ou R10, ou R49, será lembrado pela torcida do Galo?

A própria existência de um texto assim já descreve um pouco do que ele fez: muito!

Tentarei analisar os vários aspectos e possibilidades, para uma resposta completa.

Podemos analisar por exemplo a própria carreira de Ronaldinho Gaúcho.

Não há fonte mais próxima do real para analisar este contexto.

Ronaldinho se tornou Gaúcho no nome, pelo que fez na Seleção Brasileira, jogando pelo Grêmio e sendo gaúcho.

Porém, a saída dele do clube na época gerou um ódio tão grande da torcida, que a palavra "perdão" para eles em relação ao craque é privilégio de muito poucos gremistas até hoje.

Em seguida, no PSG, entre 2001 e 2003, Ronaldinho já começou a ter a fama das escapadas noturnas que levaria consigo durante toda a carreira.

Mas do PSG, pode-se dizer que saiu bem.

No Barcelona, entre 2003 e 2008, conquistou uma legião de fãs em todo mundo. Um amor não só mostrado pelas conquistas e prêmios de melhor do mundo, mas principalmente pela plástica de suas jogadas.

Se tem alguma coisa que um bom fã de futebol gosta é de admirar a plástica das jogadas. Um jogador com esse dom conquista o mundo do futebol, literalmente.

O final de sua trajetória no clube catalão não pode ser considerado como uma saída pela porta dos fundas, mas sim o final de seu período de auge, cercado de lesões, com o presidente sugerindo que ele tentasse outros ares.

Do Barcelona ele saiu para o Milan, onde ficou entre 2008 e 2010.

No clube italiano é possível dizer que voltou a achar alguma motivação que não estava mais presente nos tempos de Barça.

Mas banco de reservas para um craque máximo do futebol justo aos 30 anos de idade deve sim ser considerado como um fator determinante em uma saída não muito glamurosa. Ou seja, foi pela porta dos fundos.

Em 2011, o craque jogou no time do Flamengo, de onde saiu contestando mais de 40 milhões de recebimentos atrasados.

Mais uma porta dos fundos, que não foi culpa dele, mas é uma porta dos fundos.

E finalmente, chegou no Galo, no dia 4 de Junho de 2012.

O que este jogador proporcionou ao Clube Atlético Mineiro ainda está muito cedo para quantificar.

As conquistas que vieram após sua chegada, principalmente a nossa primeira Libertadores da América, jamais serão esquecidas.

Caso ele venha a sair do Galo mesmo nesta terça-feira, ele sairá menos de uma semana após a conquista de nosso quarto título internacional. O que fez do Galo o único time brasileiro a ganhar títulos internacionais oficiais em 2014.

Ou seja, terá sido uma saída pela porta da frente. E bota frente nisso.

Pena que junto dela, um sentimento de frustração do atleticano de não ver R10 aposentar-se vergando o manto sagrado. Bom, ainda dá tempo de repensar... só saberemos nesta terça-feira. Para o Ronaldinho Gaúcho, como pessoa, este relacionamento com a torcida do Galo ao chegar sua aposentadoria seria algo a se pesar, para sua permanência até o final da carreira.

Nunca se falou tanto do Galo no mundo inteiro. Nos jogos da Libertadores, foi possível testemunhar a idolatria que torcedores dos países vizinhos nutrem pelo craque.

Uma pena que o Galo não conseguiu capitalizar mais no marketing com ele, por não ter uma estratégia definida aí. Mas isso é um outro assunto para pensarmos pós-saída do Kalil. Porque meus amigos, a gestão do Kalil nos trouxe conquistas que nem conseguíamos mais imaginar.

Como Ronaldinho Gaúcho será lembrado pela torcida do Galo?

R10. R49. O meteoro atleticano. O craque dos golaços inesquecíveis. O choro emocionado de gratidão pelo apoio e homenagem da torcida à mãe dele no momento mais difícil de sua vida. O mineiro de 2013. A Libertadores de 2013. A Recopa de 2014.

Pelos mais críticos poderá também ser lembrado como o craque das baladas que poderia ter rendido mais.

Mas lembrem-se bem: isto já não é um privilégio da torcida do Atlético Mineiro. É provável que isto seja lembrado eternamente como marca da carreira dele, tamanho o talento dele. Que poderia ter rendido mais. Assim como Ronaldo Fenômeno e Adriano Imperador.

Ronaldinho Gaúcho será lembrado pela torcida do Galo como o craque que nunca perdeu no Independência.

Como o cara que trouxe de volta a confiança, tanto da torcida quanto de outros colegas boleiros de renome, que vieram para o Galo justamente por causa dele, como Jô, Josué e Dátolo.

Os ganhos que R10 gerou para o Atlético Mineiro ainda são difíceis de se calcular.

Mas a lembrança que a torcida do Galo terá dele, esta é mais possível de se imaginar: a melhor possível. Junto de uma gratidão eterna.

Veja a eternidade sendo lembrada de novo. Mas é o que se imagina, visto que o mais eterno dos craques do Galo, Reinaldo, o nosso Rei, tentou ter a ousadia de passar seu cetro a R10.

Calma, ídolos, a história do Galo tem um lugar principal, de camarote, para vocês dois. Com open bar e belas companhias.

Obrigado por enquanto, Ronaldinho Gaúcho!

* Foto de Dennis Moreira ( Jogada Ensaiada)














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