segunda-feira, abril 24, 2006

Telê Visão

Telê
Visão
Nos Deixou
Inteligentes
Santana
Com antena
Captou
E venceu
Agora
descanso
Telê
Visão
Um fio
de esperança
Uma imagem
Futebol bem jogado
Ética
Trabalho
Cerezo, Falcão, Éder Aleixo no ângulo, Muller sem querer, Raí eternizado
Zico, Dadá no ar, primeiro do Galo, dois mundiais tricolores, resultado
Vai com Deus, mestre

sábado, abril 22, 2006

A conversa

A conversa a seguir não foi inventada.

- Tchau para vocês. Fechem a porta, tá?
- Ué, você não está com frio?
- Frio é psicológico....
- Ah, tá, vou te mandar pro Alaska então...

sexta-feira, abril 21, 2006

O desfile e o sapato esquecido

No desfile passam narizes, pernas, cabelos e até roupas
Os passos pulam alto, lá em cima perto da cintura
Onde está o ponto exato para onde miram as modelos?
Perto do chão, seus calcanhares e bicos de sapatos se enrolam com os vestidos

Uma modelo cai retumbante e sua maquiagem não muda
Surda fica com os gritos e ímpetos das caras escuras
Vultos julgando o tombo de uma grife antes dominadora
Milhões de euros vão para a conta de uma amadora

Voa chorando o estilista ao alcance da modelo estátua
Tatua o seu ódio disfarçado de força á derrotada
Demonstra a vitória, estampa o orgulho de suas cores
O público, emocionado e alerta, joga suas flores

As luzes se apagam, as atrizes e estilistas vão aos restaurantes
No escuro final da passarela acomoda-se o sapato esquecido
Seu bico fino testemunhou o grosso da fauna alerta
Se o ego o deixou, a solidão o acerta

segunda-feira, abril 17, 2006

Rito de convocação ao hexa

A Copa do Mundo é nossa se não for de outro
O melhor futebol é nosso se não for de Rossi
A Croácia não é favorita só se futebol é antro
De quem não vê, de quem não sabe o que é Messi

É argentino ele, além de Tevez, Mascherano e Sorin
Veja de outro lado, azarado é aquele favorito
Que começa assim, que tem que dar um fim
Nas palavras sábias dos europeus, tira da criança o pirulito

Mostra que ela sabe tudo e no final castigo
Amigo é o futebol puro, o talento brasileiro
Só se aliar a humildade, o centro não é umbigo
Conversa com a bola, procura seu cheiro

Robinho até lembra Denílson
Seus vários zagueiros sacolejantes
Correm, correm, correm...bola, bola?
Só se for a daquela ilha, Wilson
A bola que se transforma, nunca é como antes
Nós pés do brasileiro, ela encanta, rebola

Não há segredos, Brasil, desitalize esta Copa
Não alemanharei meu talento, prometo
Françamente, não faço bicos, saio da toca
Driblo, japanamerico o togo da costa do marfim, quinteto
Sinfônico, ó landa the Kaká, Ronaldos, firulas
Portugas, Angolas, no fim, tá lá, o hexa

quinta-feira, abril 13, 2006

A descida da barra lateral

Poeta moderno não lida mais com tinta
Dor nas costas, nos dedos, nos mistérios do dia
Poeta atual lida com a descida da barra lateral
Para os cafundós de um blog, deu uma finta
Driblou os meus conhecimentos, tirou minha alegria
De mentira, não deprimo, tento, não passar mal

Poeta tecnológico dribla códigos, negocia detalhes
Se tira uma letra lá atrás, outras vinte mudam de lugar
Os colegas poetas favoritos, os sítios prazeirosos desceram
Passaram a ocupar lugar antes reservado a encalhes
Cheios de poeira, quase não tendo direito ao ar
O poeta não tem culpa, ninguém tem, se emudeceram

Mas Starr ou Cocker cantando ensinaram o trajeto
Com pequena ajuda dos amigos a barra é suportada
Enquanto mensagens de fumaça entram em trâmite na rede
Os convenientes conhecimentos tramam a volta ao teto
A nova subida trará o final da conspiração, abortada
A descida da barra lateral acaba, volta a sede

domingo, abril 09, 2006

A cebola e a pimenta

A cebola causa lágrimas nos olhos
A pimenta causa um tornado na saliva
As duas conseguem entrar nos poros
E ficar lá por dias, presença cativa

O cozinheiro as conhece bem, presentes
Sabor de uma comida sem elas?
Comida de Marte talvez, aqui são fortes
São rainhas das bocas, dos sustos, das goelas

Cebola com pimenta, alho também, cuentro
Cebolinha não é diminutivo, outro tempero dentro
Orégano, entrega-nos esta mistura, é o centro
Da química natural da perfeita mistura

Aprender com programas de tevê ou livros
Receitas antigas ou invenções ao vivo
O que vale na mistura é o seu lado intuitivo
No final, o sabor só aumenta com a cebola e a pimenta

quinta-feira, abril 06, 2006

Manoel Quatromila

Manoel Quatromila é daqueles sujeitos
que não entram pra ganhar.
Seja num jogo de futebol,
ou até em jogo de bolas de gude.
Não importa. Se tem alguém para ser
o último lugar, só pode ser ele.
Parece até direito adquirido.
Nos tempos de escola, seus colegas
já ficavam aliviados. Sabiam que
em último não ficariam.
Nem nas notas na sala de aula,
nem na corrida de 100 metros
livres do campeonato anual.
O último lugar estava sempre
reservado para Manuel Quatromila.
Até que no auge de seus 22 anos de idade,
ele resolve apostar em corridas de cavalo.
Obviamente que levando consigo a certeza
desesperante já nesta idade
que nada daria certo.
Deu uma olhada nos cavalos.
Procurou o que tinha menos chances:
o Dark Silvester.
Foi sua grande jogada na vida.
Prevendo que este cavalo ficaria
em último lugar, e não querendo
correr riscos de criar expectativas,
foi logo no azarão.
Para cada real apostado,
o Dark Silvester pagaria R$120.
Nunca havia ganho uma
corrida na vida.
A corrida começa.
O cavalo " Artista Prateado", como
sempre o favorito, dispara na frente.
Seguido dos demais, que procuravam
a segunda posição, de longe.
Eis que surge então uma chuva.
Escura como o cavalo azarão diz
em seu nome inglês.
Não deu outra. Parecendo
que os céus ditariam os
novos rumos da vida de
Manoel Quatromila, o cavalo
Dark Silvester aproveitou
este combustível inesperado,
ultrapassou quase voando
todos os demais cavalos,
e pela primeira vez em
sua eqüina vida, ganhou
uma corrida.
Assim mudou a vida
de Manoel Quatromila.
O resto vocês descobrirão
neste blog nos próximos capítulos,
ou como dizem posts.

quarta-feira, abril 05, 2006

Futeblog

A descrição do blog promete futeblog
Algo que estava em falta por aqui
O que não falta é jogador grogue
Após trombada é sangue cor de açaí

Parem tudo colegas. Eu não prometi
futebloguesia. Apenas futeblog.
Sendo assim, não cobrarei de mim
mesmo
falar de futebol em forma de versos.
A não ser que eu só fale de
Ronaldinho Gaúcho.
Ele é puro verso.

Mesmo assim, tentarei falar apenas
do lado poético do futebol. Um lado
que será buscado.
Por exemplo, os articulistas nunca
falam dos torcedores, dos vendedores,
dos bandeirinhas.
Bom, destes últimos até falam,
mas em forma de crítica contundente.

A parte futeblog deste blog será
preenchida
por pequenos contos envolvendo uns
personagens que andei criando.
Vou contar algumas histórias sobre
eles, para eles não ficarem tão presos
dentro da caixola cerebral deste
aqui que vos escreve.

Então, vamos terminar com um
pouco mais de futebloguesia.
Ainda hoje eu começo o futeblog.
Parecendo a Marisa Monte,
lançando dois de uma vez.

A trave saiu das quatro linhas
pra virar ditado
O garanhão bateu na trave,
dizem do fracassado no amor
O meio-de-campo virou diplomacia
do sem lado
E a bicicleta, esta veio para os
campos
com louvor

sábado, abril 01, 2006

Fome de fim-de-semana

Nos dias comuns as refeições aparecem na hora
Basta chamar a fome, um prato cheio aparece
Na lanchonete ao lado, ou em casa, nunca demora
De segunda a sexta, a fome nos esquece

Acaba a semana, chega a festa, foge o tempo
Um quadro negro em branco, tempo pra ler
Tudo pode ser diferente, nada fica limpo
Saiu do automático, a barriga a doer

A fome de fim-de-semana muda o cardápio
O arroz e feijão, se aparecem, só misturados
Aquele mexido, o estado permanente de cio
A pizza, o sanduíche, ou se quiser, enlatados

A alegria aparece no anormal, ela emana
Na fome de fim-de-semana
Onde reina solidária na geladeira
Toda comida que na semana seria...bobeira