terça-feira, janeiro 09, 2007

O mar bloqueou a rede

Abri a porta do e-mail
Segui em frente nos corredores das mensagens
Alguns cantos escuros nelas
Outros coloridos demais
Lidos demais
Buracos que levam a outros cantos
Buracos links
Na lista que desce a escada de endereços
Outros links
Deixados por vários que passaram ali
Olhados por outros que espiaram correndo
Nadando por spams não navegados
Com redes dentro de barcos
Fisgando por olhos que filmam
A dupla logo ali
Os blogs que vou lendo
Os "você-tubos" que não mais entro
De dentro do quarto sem porta
Com a chave de ser favorito
Neurônios controlam a entrada
Memória-guardiã decide convidados
A história sem roupa, filmada
Pelada causa estragos
A ela, aos outros
O mar bloqueou a rede
A rede não discerne sereias de piranhas
Tudo cai nela
Não é rede de pescador
Não pode bloquear
Não pode ser destino final
Não, não
Precisa ser destino
Desde o menino
Aos peixes que transitam livres
Aos seres que transam vivem
Sim, sim, sino
Tocou, acordou, salvou
O vídeo em forma de estrada
A estrada que leva ao mar
O mar bloqueou a rede
Congestionou, melhor assim
Sim
Com tantos acessos
Agora liberados
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Totalmente inspirado pelas notícias de recentemente, sim.
Esperando não ser censurado, não.

6 comentários:

Anônimo disse...

A rede é mesmo complexa, não!

E sem mesmo que agente perceba sempre caímos nela, ou somos fisgados pelo anzol da necessidade da tecnologia, maravilhoso poema viu amore!!!

Bj bj!

Anônimo disse...

Fred,
Gostei da forma como tua sensibilidade "captou" as últimas notícias.
Um forte abraço

Muadiê Maria disse...

É isso aí, Fred, liberdade para a expressão.
beijo,
Martha

Anônimo disse...

Fred
Saudades desses jogos de palavras... gosto dessa maneira sofisticada de dizer coisas, de sentir coisas. Isso é beleza... e é para ser vista, degustada, contemplada gostosamente.
Beijos

Anônimo disse...

Ah, claro, FELIZ ANO NOVO!

Fred Neumann disse...

Oi, Ju, o importante é sermos fisgados e podermos sair e ser fisgados de novo, né não!!

Oi, Bosco, essa coisa me inspirou mesmo...levantou os ânimos, mas inspirou...já tá valendo.

Martha, sem essa liberdade não nos conheceríamos todos aqui, né?
Já atentaram contra Orkut, You Tube...tudo do Google...o Blogger aqui também é deles, imagina?

Oi, cara Nadja, realmente com saudades também da sua bela poesia!
Você sabe, quando quiser, é só mandar poemas que eu publico com grande honra!

Beijocas a todos,

Fred