domingo, outubro 22, 2006

A outra origem do nome " Praia do Francês "


Os alagoanos e quem já a visitou sabem que a origem do nome " Praia do Francês " foi o fato da praia ser um porto para navios piratas franceses que exploravam pau-brasil aproveitando a falta de habitantes na região.
Bom, isso é o que a crença popular foi passando de geração em geração.
Fato é que esta praia tem este nome devido a um fato um pouco mais recente.
Era o final da década de 50, quando chegou em Maceió um francês adepto das culturas um pouco mais alternativas.
Seu nome era Phillippe IpeUrrê. Despojado, praticante do naturalismo, coisa que não se fazia mais no Brasil desde a época em que os índios começaram a ser dizimados.
Chegou a Maceió mas não se adaptou muito, visto que viera ao Brasil depois de uma dica de seu amigo Mógli Tarjean. Queria mesmo era algo mais selvagem. Resolveu sair de Maceió pela costa, caminhando, às vezes nadando, dependia da dificuldade do percurso.
Acabou chegando nesta praia paradisíaca. Nunca tinha visto nada igual. Águas claras, silêncio.
Veio solteiro. Tinha esperança de encontrar uma ou várias " amigas" brasileiras. E encontrou, mas isso você verá um pouco mais à frente neste texto.
Resolveu se instalar no local montando uma " pajuçara", nome que ele deu à sua barraca de palhoça, ou digamos, com telhado de palha. É que o francês não entendia português direito ainda, e escutava muito falarem de " cigarrinho de palha", " caiçara", cajú". Destes três nomes, ele criou o termo " Pajuçara". Principalmente porque ficou alguns meses sem contato com os nativos, esqueceu um pouco a língua e inventou tal nome.
Quando os primeiros alagoanos começaram a chegar na praia nos fins-de-semana, o francês, sempre muito sociável, explicava que sua barraca se chamava " Pajuçara".
O nome ficou tão popular entre os alagoanos que regressavam à Maceió, que uma das praias mais populares da capital recebeu o nome " Pajuçara", nome que permanece até hoje.
Vendo que os primeiros grupos de alagoanos não vieram apenas esporadicamente, e que a coisa estava ficando popular, Phillippe IpeUrrê transformou sua pajuçara em ganha-pão.
Começou a vender lá água de côco, camarão e peixe assado, e sua especialidade: a batata frita. Ficou tão famosa que turistas americanos que vieram visitar a já famosa praia dois anos depois, e apaixonaram-se com a batata frita. Levaram a idéia para lá, apelidando-a de " French Fries ".
Obviamente que tanto o nome Pajuçara quanto o nome " French Fries", como vocês que visitaram os links podem perceber, não citam esta que é a verdadeira origem de seus nomes.
Muito menos então o nome " Praia do Francês".
Phillippe IpeUrrê morreu aos oitenta e cinco anos, depois de quatro casamentos com morenas alagoanas que conheceu no local: Luisa, Veridiana, Heloisa e Roseana. Teve 10 filhos com elas.
Os quatro casamentos eram simultâneos, todas viviam no local. Os filhos também.
Foram eles que, após enterrarem Phillippe com uma bela cerimônia final, resolveram popularizar a praia, abrindo-a para o turismo para que não precisassem sair de lá, e ainda assim ganharem um bom dinheirinho.
Esta saída não é muito exaltada pelos alagoanos mais tradicionalistas.
A praia hoje não é tão " iluminada" quanto antes, dizem.
E a origem do nome, esta sim, os descendentes de Phillippe IpeUrrê preferem que a história continue a creditar para os piratas dos navios exploradores de pau-brasil.
Assim não precisam passar o resto de suas vidas distribuindo autógrafos e tirando fotos com turistas do mundo inteiro.
Vivem felizes, no complexo exclusivo de " pajuçaras", montado num cantinho da praia.
Preparando camarões e peixes assados, e claro, les French Fries.
Para consumo próprio, e de alguns alagoanos sortudos que conquistaram a amizade dos herdeiros.

* O autor reconhece a " fantasia" da coisa, e dedica esta postagem ao Sergio , amigo morador de Maceió e apaixonado pelas Alagoas.

15 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Fred!

Essa é a verdaeira historia da Praia do Frances, tenho certeza...esse papo de navagadores nunca me convenceu mesmo....Show de bola!!....obrigado pela dedicatoria,e espero que um dia possamos sentar numa mesinha à beira-mar, pedir alguns petiscos, como Batatas Fritas, e boas cervejas, vendos as descendentes de Roseanas, Veridianas, Luizas e Heloisas desfilarem na bela praia.

Um abraço parceiro e boa semana

graziipa disse...

Opa, Fred. Tudo jóia? Vejo que o senso de humor também predomina por aqui, né? Lendo este post me recordei mais uma vez das grandes aventuras que vivi pelas bandas de Maceió. Inclusive, estive em Pajuçara e muito provavelmente devo ter visto descendentes de Phillippe IpeUrrê sem nem me dar conta. Como não conhecia essa versão dos fatos minha percepção de mundo era muito diferente. Se voltar lá batalharei para ter acesso a essa restrita comunidade de descendentes de IpeUrrê e suas quatro esposas. É, devo dizer que a história tem verdades que a própria história desconhece. rs. Abcs

Unknown disse...

Aqui no Ribeirão da Ilha a gente chama uma prainha de "praia do francês" porque tem um frances doido que montou um restaurante típicamente francês no meio de uma vila açoriana!!! hhh
pois bem a minha historinha é bem mais vulgar, mas a praia é igualmente bela...

Fred Neumann disse...

Oi, Sergio, como te falei por e-mail, já vou agendar uma nova viagem pra Maceió, quando o dinheiro deixar, hehehe!

Oi, Grazi, seja bem-vinda a este cantinho aqui.Gostei muito do seu blog, e voltarei lá sempre, com certeza! Ê, Maceió, boa, hein!

Ghiza, esse francês de Floripa não tem um sobrenome Ipeurrê não?
Ás vezes algum deles migrou pra sua cidade, e abriu uma " franquia" deste estilo de vida, hehehehe!

Abraços a todos e obrigado pelas visitas,

Fred

Unknown disse...

Meu livro tá pronto... só não tem doido que patrocine... hehehe...

Olha vou querer sim, adicionei seu e-mail no msn, não sei se vc usa...

obrigada pela disponibilidade!

Unknown disse...

Sobre o Francês, não sei, ele tem uma esposa brasileira e num verão eu e meu marido fomos fazer música ao vivo pra ele, mas o retorno foi tão "significativo" que achei que fosse um restaurante Turco...

Anônimo disse...

meu irmão vc viaja!!!
o seu "cigarro de palha" é do bom!!! Já pensou em escrever um livro???

Fred Neumann disse...

Meus amigos me dizem que sou o Obelix:que nasci no meio de uma plantação de canabis, e que por isso, nunca precisei de artifícios extras pra chegar a este estado de viagem, hehehe...
Livros ainda não publiquei, mas guias já foram 2...

abraços,

Fred

Unknown disse...

Bem, desde pequena escuto minha mãe dizer que sou uma das centenas de descendentes desse francês. Mas creio que existe entre seu nome o sobrenome Dorville. Meu Bisavô chamava-se, Osman e meu avô Aroldo Dorville. Gostaria de saber se eles realmene são descendentes do mesmo francês.

Kandimba disse...

Oi Fred, vc sabe as origens do nome praia do gunga?
por favor me responde no kandimbafilms@gmail.com

grato
kandimba

Luciana Loureiro disse...

OLha só a história da praia do Francês não é essa, acho que tem um equívoco no que foi passado, a história foi tinha um francês que tinha uma casa de praia nessas imediações(Marechal Deodoro), e costumava pescar, aí todos diziam vamos pescar na casa de praia do Francês, aí com o decorrer do tempo ficou praia do Francês...ele se chamava Charles Honoré Dorvillé engenheiro,nascido em Nice França casou duas vezes em Maceio-al e viveu durante muitos anos onde hoje é a praia do Francês no Estado de Alagoas, inclusive ele era avô do meu pai.

Luciana Loureiro disse...

Eita nêssa, agora que vi teu comentário,o teu trisavô era Charles Honoré Dorvillé, que era o meu bisavô, nosso antepassado, o Fred fala de outro Francês, esse eu não conheço, como também disseram quem mandou matar lampião foi o governador da Bahia, que na verdade foi o vovô Osaman Loureiro.

Fred Neumann disse...

Uau! Não vou dizer que jamais esperava ter uma informações tão bacanas como estas que a Nêssa e a Luciana Loureiro passaram. Posso dizer que estas contribuições enriqueceram de vez esta minha peça de ficção. E sim, meninas, este é o primeiro esclarecimento: o que eu fiz foi criar uma peça de ficção. Phillipe IpeUrrê nada mais é que fruto de minha imaginação.
Agora, aquelas primeiras palavras do texto, sobre os piratas franceses, me lembro de ter achado em algum site falando da Praia do Francês. Fiquei curiosíssimo agora, vou pesquisar mais, porém já aviso que estou pensando até em mudar o começo da história, para colocar essa informação que vcs me passaram. Que bacana isso, gente! E vejam como é a vida...acabei me mudando de mala e cuia para Aracaju, tão pertinho da Praia do Francês.

Enfim, obrigado por terem enobrecido demais o blog. E lembrem que, o que escrevi, é apenas uma peça de ficção para deleitar alguns leitores.

Um abraço,

Fred Neumann

Luciana Loureiro disse...

Ah ok! hehehe
espero que as nossas histórias veridicas contribuam para sua ficção rs muito bem bolado,eu já estava já acreditando nessa versão rs
um abraço e tudo de bom!

Luciana Loureiro disse...

Ah ok! hehehe
espero que as nossas histórias veridicas contribuam para sua ficção rs muito bem bolado,eu já estava já acreditando nessa versão rs
um abraço e tudo de bom!