sexta-feira, agosto 04, 2006

As notas do senhor

Quatorze mil por mês, pagos nota a nota
Pergunto se já está bom para o senhor
Não, não, quero bagunçar, chutar planalto
Mais dois milhões e reconheço derrota
Mas senhor, não é muito pra banir terror?
Esta quantia de notas não te pegam de assalto?

Não, não, as notas são minha vida, viva, viva
Recolho algumas delas e vou para a bagunça
Quero destruir tudo, quero viver impune
O que é isso, senhor, outros não criam nem saliva
Não conseguem comprar pirulito para a criança
São estes pensamentos que vos une?

Errado, eu quero as notas para o oposto
Deixo o país a passar fome, destruo o que posso
Vivo como marajá, anão, sanguessuga ou ladrão
Ok, senhor, você vive para as notas sem rosto
Para as notas dos jornais, com quatorze mil reais
Eu só posso terminar esta poesia lhe dando um safanão
paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaf

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